A economista Maria Manuela Silva faleceu ontem aos 87 anos de
idade, depois de uma longa carreira académica como professora catedrática do Instituto Superior de Economia e
Gestão (ISEG) e de ter dedicado a sua vida às causas da justiça social,
sobretudo o combate às desigualdades e à pobreza, que considerava uma violação
dos direitos humanos.
O percurso
académico e a militância religiosa cruzaram-se ao longo da sua vida, tendo
centrado a sua investigação académica nas áreas da pobreza, das desigualdades
sociais e da distribuição de rendimentos, defendendo políticas económicas
dirigidas em primeiro lugar ao bem-estar social.
Teve, também, uma
intervenção política ao integrar o 1º governo constitucional presidido por
Mário Soares, como secretária
de Estado do Planeamento e, durante o recente período de assistência
financeira externa, foi uma voz activa contra o programa de estabilidade
imposto pela troika.
Professora jubilada do ISEG e Doutora Honoris Causa pela então Universidade Técnica de Lisboa, Manuela
Silva esteve activamente envolvida nos movimentos católicos, tendo sido Presidente
do Movimento Internacional dos Intelectuais Católicos e da Comissão Nacional
Justiça e Paz. Era uma economista ao serviço das pessoas, sobretudo das mais
desfavorecidas e, certamente, vai ser recordada como uma dinâmica mulher de causas e pelo seu
percurso cívico inspirado no Evangelho e na doutrina
social da Igreja.
Há muitos anos fui seu aluno no ISEG e, depois, através de amigos comuns, tornei-me seu amigo e reforcei a minha admiração por tão exemplar figura de cidadania.
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