quarta-feira, 13 de novembro de 2019

Um abraço que põe a Espanha a respirar


Poucas horas depois de serem conhecidos os resultados das eleições espanholas e quando todos os comentadores políticos apontavam para uma situação ainda mais difícil do que aquela que lhes dera origem, aconteceu uma enorme surpresa quando o PSOE e o Podemos anunciaram um pré-acordo de coligação para governar e a fotografia de um abraço entre Pedro Sánchez e Pablo Iglesias encheu a capa dos jornais espanhóis. O acordo que não tinham conseguido em Julho, foi agora conseguido em poucas horas, porque ambos sabiam que estavam condenados a entender-se e porque a continuação do impasse levaria a novas eleições e à continuação da subida da direita espanhola. Pedro Sánchez cedeu a sua intransigência do passado Verão e trocou a sua sobrevivência política por uma coligação – a primeira da história democrática espanhola como hoje se lhe refere o La Vanguardia – em que, segundo se soube, o Podemos ocupará uma vice-presidência e três pastas no futuro governo.
O preacuerdo entre o PSOE e o Podemos consta de dez pontos que, entre outras matérias, tratam do emprego, da economia, das alterações climáticas e da cultura, mas sobretudo do problema da Catalunha. O ponto 9 do preacuerdo salienta que o governo espanhol terá como prioridade garantir a convivência na Catalunha e a normalização da sua vida política e, com esse fim, fomentará o diálogo, procurando fórmulas de entendimento e encontro, sempre dentro da Constituição.
Este acordo foi um passo importante para a estabilidade política espanhola e foi um alívio para muita gente, dentro e fora da Espanha. Porém, os deputados do PSOE (120) e os deputados do Podemos (35) não são suficientes para assegurar a maioria no Parlamento espanhol (350), pelo que Pedro Sánchez, agora com Pablo Iglesias, vai precisar de conversar e de negociar com os pequenos partidos e com os partidos independentistas, isto é, a Espanha apenas começou a respirar e a ver uma solução no horizonte. 

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