Poucas horas
depois de serem conhecidos os resultados das eleições espanholas e quando todos
os comentadores políticos apontavam para uma situação ainda mais difícil do que
aquela que lhes dera origem, aconteceu uma enorme surpresa quando o PSOE e o
Podemos anunciaram um pré-acordo de coligação para governar e a fotografia de
um abraço entre Pedro Sánchez e Pablo Iglesias encheu a capa dos jornais
espanhóis. O acordo que não tinham conseguido em Julho, foi agora conseguido em
poucas horas, porque ambos sabiam que estavam condenados a entender-se e porque
a continuação do impasse levaria a novas eleições e à continuação da subida da
direita espanhola. Pedro Sánchez cedeu a sua intransigência do passado Verão e
trocou a sua sobrevivência política por uma coligação – a primeira da história
democrática espanhola como hoje se lhe refere o La Vanguardia – em que,
segundo se soube, o Podemos ocupará uma vice-presidência e três pastas no
futuro governo.
O preacuerdo entre o PSOE e o Podemos
consta de dez pontos que, entre outras matérias, tratam do emprego, da
economia, das alterações climáticas e da cultura, mas sobretudo do problema da
Catalunha. O ponto 9 do preacuerdo salienta
que o governo espanhol terá como prioridade garantir a convivência na Catalunha
e a normalização da sua vida política e, com esse fim, fomentará o diálogo,
procurando fórmulas de entendimento e encontro, sempre dentro da Constituição.
Este acordo foi
um passo importante para a estabilidade política espanhola e foi um alívio para muita
gente, dentro e fora da Espanha. Porém, os deputados do PSOE (120) e os
deputados do Podemos (35) não são suficientes para assegurar a maioria no
Parlamento espanhol (350), pelo que Pedro Sánchez, agora com Pablo Iglesias,
vai precisar de conversar e de negociar com os pequenos partidos e com os
partidos independentistas, isto é, a Espanha apenas começou a respirar e a ver
uma solução no horizonte.
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