quinta-feira, 14 de novembro de 2019

Veneza é vítima das alterações climáticas


Mais de 85% da cidade de Veneza está inundada e muitos jornais internacionais publicam hoje imagens da famosa Praça de São Marcos, coberta por uma toalha de água e sem turistas, enquanto uma estação televisiva até mostrou a insólita imagem de um homem nadando naquela praça. É a pior cheia dos últimos 50 anos, com o nível da água a atingir 1,87 metros, o que corresponde ao segundo maior nível de que há registo. Na cripta da Basílica de São Marcos a água subiu até à altura de 1,20 metros, tendo sido a sexta vez em 1200 anos que a basílica sofreu uma inundação e a quarta vez que isso aconteceu nos últimos 20 anos.
A cidade de Veneza tem uma configuração geográfica sui-generis e o seu centro histórico fica situado sobre várias ilhas de uma grande lagoa da costa do mar Adriático, estando servido por 177 canais e mais de quatrocentas pontes, sendo uma cidade absolutamente pedonal onde o transporte é assegurado por embarcações.
A lagoa de Veneza tem três ligações ao mar e está sujeita a grandes variações do seu nível de água devido às marés, sobretudo as marés vivas do Outono, conhecidas por acqua alta e que habitualmente inundam parte da cidade histórica. É o que está a acontecer agora. O jornal La Repubblica destaca a sigla SOS e as autoridades locais declararam o estado de emergência, ao mesmo tempo que exigem que o projecto Mose, constituído por uma rede de barreiras destinadas a proteger a lagoa e impedir a subida do nível da água através das suas três ligações ao mar, que foi anunciado em 2003 e que está orçamentado em 5,5 mil milhões de euros, seja terminado. 
As alterações climáticas são a causa das inundações de Veneza, mas também dos maiores incêndios florestais de sempre que estão a acontecer na Austrália, que podem durar meses e que já se aproximam de Sydney. Porém, o Donald e alguns outros Donalds, nem sequer subscrevem o Acordo de Paris sobre as alterações climáticas de 2015...

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