O desporto é uma
actividade nascida (ou ressuscitada) em finais do século XIX, mas só no último
meio século, depois do aparecimento da televisão, é que se transformou num
fenómeno social à escala global, apoiado num poderoso motor de inúmeras indústrias
e interesses que em torno dele se movem.
Poucos são
indiferentes ao fenómeno desportivo, quase sempre alimentado por rivalidades
que chegam a parecer-se com os confrontos das guerras medievais e que, muitas
vezes, ultrapassam as fronteiras da racionalidade. Assim acontece, por exemplo,
com as rivalidades entre o Benfica e o Sporting ou entre o Barcelona e o Real
Madrid, mas também entre o Nicolau e o Trindade, o Schumacher e o Senna, o
Federer e o Nadal e, naturalmente, entre o Cristiano Ronaldo e o Lionel Messi
que, há mais de dez anos, rivalizam na conquista do troféu de melhor
futebolista do mundo.
Ontem o argentino Lionel Messi foi distinguido pela sexta vez com o Ballon d’Or, repetindo o prémio
conquistado em 2009, 2010, 2011, 2012 e 2015,
enquanto Cristiano Ronaldo, o vencedor desse prémio em 2008, 2013, 2014, 2016 e
2017, ficou apenas em terceiro lugar. Provavelmente, o artista Messi ainda é melhor do
que o artista Cristiano...
Alguns
portugueses ficaram decepcionados, pois ninguém tem dúvidas de que Cristiano
Ronaldo é um futebolista de eleição e que é o mais famoso português de todos os
tempos, com uma notoriedade mundial que “envergonha” tanto Vasco da Gama e Camões,
como Saramago e Marcelo Rebelo de Sousa. Por isso, há em Portugal quem fique triste por ver
Messi superar Cristiano, mas não é caso para isso. Nos dez melhores
futebolistas do mundo há dois portugueses, coisa que nenhum outro país do mundo
tem. Além disso, nos trinta melhores futebolistas do mundo há três portugueses e nesse
grupo não há espanhóis, nem italianos, nem suiços, nem gregos, nem russos, nem
americanos. Para a tribo do futebol lusitano isto deve ser suficiente para que
todos fiquem orgulhosos e satisfeitos.
Olha que há dois espanhóis: Sérgio Ramos e Isco.
ResponderEliminarEmbora não alinhando em qualquer teoria da conspiração, julgo que se o CR fosse espanhol, francês, inglês ou alemão, o resultado no confronto com o outro génio do futebol seria diferente.
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