Quando há mais de
duas semanas começamos a tomar medidas de distanciamento social ou de
voluntária quarentena, todos imaginamos que a situação de confinamento poderia
durar até meados do mês de Abril, depois começou a falar-se em Maio e um jornal
de Lisboa anuncia hoje que a quarentena pode durar até finais de Junho. Todos
os dias somos informados com novas previsões baseadas em estudos matemáticos
que vão atirando o fim desta pandemia para mais tarde, mas o facto é que esses
modelos matemáticos pretendem prever a evolução de um fenómeno novo e até há
pouco tempo desconhecido. Portanto, nesta preocupante situação por que estamos
a passar, parece que vivemos mais no campo do palpite do que no campo da
verdade científica.
Independentemente
de se saber o andamento da curva epidemiológica e de se saber se vai ter um
pico ou se achata, ou se tem um pico agora e outro pico mais tarde, já ninguém
tem dúvidas que o nosso modo de vida vai mudar e que muitos dos exageros civilizacionais
a que a sociedade chegou, não sobreviverão a esta crise.
Daí que, na sua
última edição, o Courrier International tenha aberto um debate à volta do tema repensar o mundo. Porém, a mudança de
paradigma que necessariamente nos vai alterar o modo de vida, não vai depender
dos poderes dos estados, das orientações dos líderes ou dos sistemas
económicos, mas vai ser obra de cada ser humano e da sua adaptação a novos
tipos de relacionamento social e familiar, a novos modelos de consumo e a uma
nova atitude perante o ambiente e a paisagem. Depois desta pandemia do covid-19 vão ser diferentes a sociedade,
a economia, as relações internacionais, o desporto, o turismo, o nosso modo de
vida. Nada vai ser como dantes.
E se todos vamos ter dificuldade em nos adaptar, isso vai ser particularmente problemático para a generalidade dos mais velhos, onde a nossa faixa etária se integra.
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