quinta-feira, 23 de julho de 2020

“Vélorution” ou a nova moda da bicicleta


O semanário francês L’OBS destaca como tema principal da sua edição desta semana a vélorution ou a revolução das bicicletas nos centros urbanos que, de uma maneira entusiástica, está a levar cada vez mais pessoas a adoptar a bicicleta como meio de transporte, mas também como um instrumento de lazer e de prática de exercício físico.
A maioria das autoridades autárquicas tem incentivado as práticas ciclistas em nome do ambiente e da diminuição da circulação automóvel, da redução da poluição e da melhor qualidade do ar.
Lisboa está na primeira linha da vélorution portuguesa, sendo considerada a cidade europeia mais sustentável e sido eleita a Capital Verde Europeia 2020, o que aconteceu pela primeira vez a uma cidade do sul da Europa. Essa eleição resultou da avaliação de um júri que apreciou a evolução positiva que Lisboa tem registado em todas as doze áreas-chave, entre as quais se contam a energia, água, mobilidade, resíduos, qualidade do ar ou ruído. Porém, a adaptação da cidade de Lisboa tem vários problemas, o primeiro dos quais é a própria geografia da cidade dispersa sobre colinas, sobretudo na zona histórica da cidade, onde as ruas são estreitas. Por outro lado, esta rápida alteração da filosofia de transporte urbano que se aplaude, poderá estar a ser feita a um ritmo demasiado apressado, o que está a gerar conflitualidade entre os ciclistas que se assumem como os utentes prioritários e exclusivos da via pública e os automobilistas com hábitos enraizados de muitos anos e que até pagam imposto de circulação. As revoluções precisam de tempo para serem aceites. Nos próximos tempos vai ser necessário muito bom senso para circular em Lisboa, quer de automóvel, quer de bicicleta.

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