O semanário
francês L’OBS destaca como tema principal da sua edição desta semana a vélorution ou a revolução das bicicletas
nos centros urbanos que, de uma maneira entusiástica, está a levar cada vez
mais pessoas a adoptar a bicicleta como meio de transporte, mas também como um
instrumento de lazer e de prática de exercício físico.
A maioria das
autoridades autárquicas tem incentivado as práticas ciclistas em nome do
ambiente e da diminuição da circulação automóvel, da redução da poluição e da
melhor qualidade do ar.
Lisboa está na primeira linha da vélorution portuguesa, sendo considerada
a cidade europeia mais sustentável e sido eleita a Capital Verde Europeia 2020,
o que aconteceu pela primeira vez a uma cidade do sul da Europa. Essa eleição
resultou da avaliação de um júri que apreciou a evolução positiva que Lisboa
tem registado em todas as doze áreas-chave, entre as quais se contam a energia,
água, mobilidade, resíduos, qualidade do ar ou ruído. Porém, a adaptação da
cidade de Lisboa tem vários problemas, o primeiro dos quais é a própria
geografia da cidade dispersa sobre colinas, sobretudo na zona histórica da
cidade, onde as ruas são estreitas. Por outro lado, esta rápida alteração da
filosofia de transporte urbano que se aplaude, poderá estar a ser feita a um
ritmo demasiado apressado, o que está a gerar conflitualidade entre os
ciclistas que se assumem como os utentes prioritários e exclusivos da via
pública e os automobilistas com hábitos enraizados de muitos anos e que até
pagam imposto de circulação. As revoluções precisam de tempo para serem aceites. Nos próximos tempos vai ser necessário muito bom senso para circular
em Lisboa, quer de automóvel, quer de bicicleta.
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