O jornal Hindustan Times que se publica em Nova Delhi desde há quase cem anos, anuncia hoje que, pela primeira vez desde o dia 11 de Maio, não se registaram na cidade quaisquer óbitos por covid-19, apesar de se continuarem a registar novos casos de infecção, embora em menor grau do que antes. Numa cidade cuja área metropolitana tem mais de vinte milhões de habitantes, o facto é realmente notável e até surpreendente porque, apesar de todas as precauções tomadas pelas autoridades e pela população, é difícil conceber que uma tão grande massa populacional esteja livre de contágios.
A Índia tem actualmente cerca de 1350 milhões de habitantes, quase tantos como a China que é o país mais populoso do mundo. O covid-19 foi detectado pela primeira vez no dia 30 de Janeiro de 2020 e, desde então, registaram-se mais de 155 mil óbitos, o que é o quarto valor mais alto do mundo depois dos Estados Unidos, do Brasil e do México. Entretanto, a farmacêutica indiana Bharat Biotech já produz a sua própria vacina contra o covid-19 que tem o nome de Covaxin, que foi aprovada para uso de emergência, apesar de ainda não serem conhecidos os resultados definitivos dos seus testes de eficácia. Apesar disso, a vacina começou a ser aplicada na Índia e o fabricante espera exportá-la para o Brasil e para os Emirados Árabes Unidos nas próximas semanas. Quando vemos que o número de mortes por milhão de habitantes é de 117 na Índia e que em Portugal atinge 1373, poderemos interrogar-nos porque será, mas eu não tenho resposta.
Uma curiosidade final: metade da primeira página do Hindustan Times é ocupada com um anúncio dos relógios Rolex, o que significa que, mesmo em tempos de pandemia, a Índia está optimista e tem mercado para esse produto de grande luxo.
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