As últimas
notícias sobre o conflito da Ucrânia que, com maior ou menor verdade nos vão
chegando, parecem mostrar que o regime de Vladimir Putin está a passar por
grandes dificuldades, não só no campo de batalha, mas também na ordem política
interna e internacional.
A reocupação
ucraniana de algumas áreas territoriais, sobretudo na região de Kharkiv, e o
reforço da ajuda militar americana, levaram Putin a fazer um discurso ameaçador
e a decretar a mobilização de reservistas, ao mesmo tempo que, tanto os chineses
como os indianos, não mostraram a solidariedade para com a Rússia que Putin
desejava. Depois surgiram o anúncio dos referendos, mais a acção de sabotagem
sobre as condutas do Nord Stream e o
anúncio do reconhecimento da independência das regiões de Kherson e Zaporijia
que, tal como Lugansk e Donetsk, irão ser integradas no território russo apesar
da oposição da comunidade internacional, como salientou o secretário-geral das
Nações Unidas. Como refere a última edição do Der Spiegel, que exibe na
capa uma ilustração de Putin com um olho negro – que corresponde ao mapa da
Ucrânia – ele está “perigosamente fraco”.
A ser assim, tal
como acontece com os animais acossados, Putin torna-se perigoso e as suas
ameaças devem ser levadas a sério, pelo que é necessário que se faça qualquer
coisa para acabar com esta guerra e evitar que a arma nuclear seja utilizada. É
preciso que a diplomacia regresse a este palco rapidamente, o que de resto
parece ser a opinião já dominante dos cidadãos europeus como revelou recentemente
o Eurobarómetro.
Ao contrário das
guerras de antigamente em que havia vencedores e vencidos, estamos agora num
conflito que corre o risco de não ter vencedores, mas apenas vencidos.
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