domingo, 16 de outubro de 2022

A bagunça governamental no Reino Unido

Os jornais britânicos têm concentrado o seu noticiário na crise política que está a atravessar o Reino Unido e que se tem acentuado desde que, no dia 6 de Setembro, as funções de primeira-ministra foram assumidas por Liz Truss.
Vários desses jornais, como o diário The Guardian, utilizam a palavra chaos e alguns comentadores dizem que o cenário é explosivo com a inflação a subir, o agravamento dos custos da energia, a decadência do National Health Service e a multiplicação de greves nos transportes, nos correios, na justiça e na saúde. Por outro lado, Liz Truss é considerada uma “vira casacas” política e ideológica, pois já defendeu a abolição da monarquia britânica e foi uma activíssima defensora da continuidade do Reino Unido na União Europeia, mas por ambição política sempre deu o dito por não dito. Porém, veio a chegar ao poder ao assumir-se como herdeira política de Margareth Thatcher, a “dama de ferro” de quem os conservadores britânicos têm saudades.
Uma das primeiras medidas de Liz Truss foi avançar com um plano económico e um mini-orçamento absolutamente desastrados, por quererem agradar a gregos e a troianos e por implicarem um défice gigantesco. As reacções foram fortes e o chanceler Kwasi Kwarteng, seu amigo e apoiante, foi demitido. Os parlamentares conservadores entraram em estado de choque e já pensam na substituição de Truss por algum dos candidatos que ela derrotou na corrida à liderança, ou mesmo pelo próprio Boris Johnson.
Entretanto, um deputado conservador afirmou que era insustentável que um partido histórico e o governo da sexta maior economia do mundo “tenham uma bagunça de primeiro-ministro”. Nem David Cameron, que falhou no Brexit, nem Theresa May, nem Boris Johnson, estiveram à altura das suas funções. Liz Truss vai pelo mesmo caminho.

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