O AUKUS é uma
aliança militar tripartida entre a Austrália, os Estados Unidos e o Reino Unido
que visa combater o expansionismo chinês na região Ásia-Pacífico. Esta aliança
foi formalizada em setembro de 2021 e, nesse contexto, acaba de ser anunciado
que até 2030 a Austrália irá receber três submarinos nucleares de última
geração de fabrico americano. A China e a Rússia já mostraram preocupação por
este anúncio porque, segundo os seus pontos de vista, aquela aliança está a contribuir para a
guerra fria naquela região e a minar a paz mundial. A China acusou a “típica
mentalidade de guerra fria" dos três aliados anglo-saxónicos e avisou que a
entrega destes submarinos à Austrália “apenas irá provocar uma ainda maior
corrida às armas, afectar o regime internacional de não proliferação nuclear e
prejudicar a estabilidade e a paz na região”.
Entretanto, nem
todos os australianos concordam com as decisões do seu governo e, em especial,
com os anunciados 368 mil milhões de dólares australianos que o programa dos
submarinos vai custar. Uma das vozes mais críticas é a do ex-primeiro-ministro
Paul John Keating, que presidiu ao Partido Trabalhista Australiano e dirigiu a
Austrália entre 1991 e 1996, que afirmou que “UK and US defence firms would be
the major beneficiaries of the exorbitant $368 billion price tag”.
No mesmo sentido
se posiciona o jornal The West Australian da cidade de
Perth que, na sua edição de ontem, satiriza o AUKUS e apresenta o
primeiro-ministro Anthony Albanese “travestido de americano”, a que não faltam os
óculos Ray-Ban iguais aos que usa Joe Biden.
O que aqui se
salienta é que, por esse mundo fora, há muita gente a “brincar com o fogo” e
que são as indústrias militares e a sua ganância pelo lucro, que alimentam as
tensões, as corridas armamentistas, as guerras e o sofrimento humano no mundo.
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