A Europa é, por
razões históricas, um aglomerado de povos, de culturas e de línguas,
agrupando-se em cinco dezenas de países das mais diversas dimensões, em que o
maior é a Rússia e o menor é o Vaticano. Dessa diversidade geográfica e
cultural resultaram rivalidades, confrontações e guerras, passando a ter
sentido a expressão “Europa das Pátrias”. A partir de 1957, quando o Tratado de
Roma começou a criar um movimento de unidade em torno do chamado ideal europeu
e criou a Comunidade Económica Europeia como espaço de paz, de solidariedade e
de progresso, algumas vozes contrariaram essa ideia com o argumento que não era
possível unir aquilo que a história tinha dividido. A expressão “Europa das
Pátrias” popularizou-se, sobretudo pelas posturas nacionalistas do general De
Gaulle, embora os europeus se tivessem tornado cada vez mais adeptos de uma
Europa unida e solidária, como revelaram as continuadas sondagens do Eurostat.
Por isso, a ideia de “Europa das Pátrias” depressa evoluiu e deu origem à
“Europa das regiões”, sobretudo depois que o Tratado de Maastricht instituiu o
Comité das Regiões, de carácter consultivo, em que têm assento os
representantes das colectividades regionais e locais. As regiões têm sido cada
vez mais valorizadas no quadro institucional europeu e o maior exemplo dessa
realidade é o crescente protagonismo das regiões transfronteiriças.
No entanto, as
reivindicações independentistas proliferam no espaço europeu, como mostram os
exemplos da Checoslováquia e da Jugoslávia, mas também as reivindicações que,
com maior ou menor expressão, se verificam em regiões ou países como a
Catalunha, País Basco, Navarra, Córsega, Bretanha, Flandres, Chipre, Padânia,
Piemonte, Escócia, Irlanda do Norte, Donetsk e Lugansk, entre outras. Menos
conhecida é a reivindicação do País de Gales, um país do sudoeste da
Grã-Bretanha, com 20 mil quilómetros quadrados de superfície e cerca de três milhões de
habitantes, que o jornal Wales on Sunday, a edição dominical do diário galês Western Mail, publicitou com o título “marching for independence”, referindo que "thousands unite for Wales to stand alone".
Afinal o Reino Unido
até parece caminhar para a desunião…
E o Algarve? Esquecimento indesculpável!
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