Na sequência da
demissão do primeiro-ministro António Costa, vão realizar-se no próximo domingo
as eleições antecipadas para escolher os deputados da nova Assembleia da
República. É um momento importante da nossa vida colectiva e, por isso, é
desejável que os cidadãos se esclareçam, que façam escolhas e que aconteça uma
alargada participação eleitoral.
Vivemos em
democracia e, por isso, são várias as forças políticas que se apresentam ao
eleitorado com os seus candidatos, os seus programas e as suas intenções, em campanhas
eleitorais dinâmicas e dispendiosas, muitas vezes transformadas numa desproporcionada
festa e num rodopio de promessas, em que o esclarecimento dos eleitores é a
coisa que menos interessa. Os debates televisivos também não servem para
esclarecer os eleitores, pois não passam de exibições de candidatos e de uma
verdadeira caça ao voto.
Os efeitos das
campanhas eleitorais são muito limitados, como Paul Lazarsfeld já concluira em
1944 na sua obra de referência The People’s
Choice, pois o seu objectivo é apenas o de fidelizar os eleitores que já
fizeram as suas escolhas e de atrair os eleitores ainda indecisos. As sondagens de opinião realizadas
e divulgadas durante a campanha eleitoral, tal como as campanhas eleitorais, também visam a mobilização dos
indecisos.
No caso das
eleições parlamentares do próximo domingo, há quatro ou cinco sondagens que
satisfazem todos os gostos, mas que enganam os eleitores, pois umas dizem que o
A vai ganhar ao B, enquanto outras garantem que é o B que vai ganhar ao A. As
empresas de sondagens ganham com este negócio e os meios de comunicação social
que as divulgam, mostram os seus alinhamentos partidários disfarçados de independência e de objectividade. Hoje temos a
sondagem da Aximage para o JN/DN/TSF (PS com 33,1% contra 29,6% da AD), a
sondagem do ICS e ISCTE para a SIC/Expresso (AD com 21% contra 20% do PS) e a
sondagem da Universidade Católica (AD com 33% contra 27% do PS). Com resultados
tão diferentes, algumas destas sondagens não podem ser sérias. São manipulações da
realidade sociológica para influenciar os eleitores. São mentiras que se disfarçam de seriedade.
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