A imprensa árabe
do Golfo, nomeadamente o jornal The National que se publica em Abu
Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, destaca nas suas edições de hoje que o
número de mortos em Gaza já ultrapassa os 40.000 e que, segundo as autoridades
sanitárias palestinianas, desde outubro de 2023, o número de feridos já ascende
a 92.400. Estes números são chocantes e se os juntarmos às imagens da brutal
destruição do território de Gaza, ficamos com a dimensão de uma tragédia e de
um crime contra a humanidade, que muitos dirigentes mundiais e até os mass media parecem ignorar.
A acção do Hamas
de 7 de outubro de 2023 foi um acto de natureza terrorista, cometido com
barbaridade contra civis indefesos, que se enquadra na tipologia do crime de
guerra e do crime contra a humanidade. Houve centenas de mortos, centenas de
reféns israelitas e, naturalmente, Israel reagiu para punir o Hamas.
Porém, depressa
adoptou uma estratégia que vem sendo classificada como de genocídio do povo
palestiniano, pois tratou de todos massacrar sem cuidar de
saber se eram ou não eram do Hamas. A Faixa de Gaza foi destruída pela
brutalidade israelita e está em curso uma tragédia humanitária, mas o governo
israelita tem ignorado todas as recomendações da comunidade internacional para
se moderar e parar com a sua vingança que se manifesta todos os dias sobre
hospitais e escolas, com o pretexto de que alojam terroristas. O Tribunal Penal
Internacional acusou Netanyahu por crimes de guerra mas, como se viu
recentemente, ele atravessou o Atlântico e foi recebido apoteoticamente nos
Estados Unidos, regressando a Israel com a garantia de todo o apoio militar de
que necessita.
Entretanto, a
Espanha, a Noruega e a Irlanda reconheceram o Estado da Palestina para abrir
caminho para a solução de dois Estados na região (Israel e Palestina), o que
desde sempre foi defendido pelas Nações Unidas. O cessar-fogo é necessário, mas
as inúmeras viagens de Antony Blinken ao Médio Oriente nada fizeram pela paz e
apenas asseguraram o apoio americano ao regime de Netanyahu.
Por cá pouco se
comenta esta tragédia humanitária e os espaços televisivos estão dominados por
gente que serve Israel e que até confunde palestinianos com terroristas.
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