sábado, 18 de janeiro de 2025

O terrível custo de 466 dias de conflito

Depois de muitos meses de guerra conduzida pelo governo de Benjamin Netanyahu e pelas Forças de Defesa de Israel contra o Hamas, parece que o cessar-fogo vai finalmente acontecer em Gaza a partir de amanhã. Atento à importância desse facto, o jornal britânico The Independent escolheu como primeira página da sua edição de ontem o balanço do “terrível custo de 466 dias de conflito”. 
Os números apresentados são arrasadores e mostram a dimensão da tragédia que aconteceu na estreita faixa de território que é Gaza, onde os condenáveis actos terroristas que o Hamas realizou no dia 7 de Outubro de 2022, tiveram uma resposta israelita que se revelou desproporcionada, cruel e atentatória do respeito pela dignidade humana, perante a indiferença ou até a conivência dos líderes dos Estados Unidos e da União Europeia. 
A punição imposta ao Hamas foi severa e estendeu-se a todo o povo palestiniano, tendo havido muitas vozes a classificar a acção israelita como um caso de genocídio. 
O jornal The Independent anuncia que aos 1.205 mortos no ataque de 7 de Outubro, incluindo os reféns mortos em cativeiro, os israelitas responderam com 46.788 palestinianos mortos e pelo menos 110.453 feridos; que 1,9 milhões de moradores de Gaza, correspondentes a 85% da população, foram forçados a abandonar as suas casas; que 69% dos edifícios foram destruidos ou danificados; que 345.000 palestinianos enfrentam “catastrophic hunger”; que 371 trabalhadores humanitários foram mortos em Gaza durante os 466 dias de conflito. 
Foi um “terrible cost” e ninguém está seguro de que a paz regresse àquela região, que as Nações Unidas decidiram em 1947 dever ser partilhada entre dois estados: um Estado árabe e um Estado judaico.

1 comentário:

  1. Será que este cessar fogo vai ser cumprido integralmente? E que ele tem em vista e de boa fé a Paz? O que acontecerá depois de findo o prazo que ele fixa? Estará no horizonte do 1º ministro israelita a paz antes de exterminado o último palestiniano? Vamos ver e oxalá que esta minha (aparente) falta de optimismo não tenha qualquer razão de ser.

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