Depois de muitos
meses de guerra conduzida pelo governo de Benjamin Netanyahu e pelas Forças de
Defesa de Israel contra o Hamas, parece que o
cessar-fogo vai finalmente acontecer em Gaza a partir de amanhã. Atento à importância desse facto, o jornal britânico The Independent escolheu
como primeira página da sua edição de ontem o balanço do “terrível custo de
466 dias de conflito”.
Os números apresentados são arrasadores e mostram a
dimensão da tragédia que aconteceu na estreita faixa de território que é Gaza, onde
os condenáveis actos terroristas que o Hamas realizou no dia 7 de Outubro de
2022, tiveram uma resposta israelita que se revelou desproporcionada, cruel e
atentatória do respeito pela dignidade humana, perante a indiferença ou até a conivência dos líderes
dos Estados Unidos e da União Europeia.
A punição imposta ao Hamas foi severa e
estendeu-se a todo o povo palestiniano, tendo havido muitas vozes a classificar a acção israelita como um caso de genocídio.
O jornal The
Independent anuncia que aos 1.205 mortos no ataque de 7 de Outubro,
incluindo os reféns mortos em cativeiro, os israelitas responderam com 46.788
palestinianos mortos e pelo menos 110.453 feridos; que 1,9 milhões de moradores
de Gaza, correspondentes a 85% da população, foram forçados a abandonar as suas
casas; que 69% dos edifícios foram destruidos ou danificados; que 345.000
palestinianos enfrentam “catastrophic hunger”; que 371 trabalhadores
humanitários foram mortos em Gaza durante os 466 dias de conflito.
Foi um
“terrible cost” e ninguém está seguro de que a paz regresse àquela região, que
as Nações Unidas decidiram em 1947 dever ser partilhada entre dois
estados: um Estado árabe e um Estado judaico.
Será que este cessar fogo vai ser cumprido integralmente? E que ele tem em vista e de boa fé a Paz? O que acontecerá depois de findo o prazo que ele fixa? Estará no horizonte do 1º ministro israelita a paz antes de exterminado o último palestiniano? Vamos ver e oxalá que esta minha (aparente) falta de optimismo não tenha qualquer razão de ser.
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