No próximo dia 5 de Junho vão realizar-se eleições legislativas antecipadas em Portugal, que resultaram de uma grave crise financeira e da falta de uma resposta política maioritária para a ultrapassar.
Oficialmente, a campanha eleitoral começou hoje, mas desde há várias semanas, sobretudo depois da divulgação do Memorando de Entendimento negociado com o triunvirato FMI-EU-BCE, cujos termos foram aceites por PS, PSD e CDS, que a linguagem sobe de agressividade e a desconfiança aumenta.
Esperava-se, e era desejável, que esse memorando, que é também um programa comum, tornasse a campanha eleitoral mais esclarecedora quanto às nossas dificuldades e mais mobilizadora quanto aos desafios que nos esperam, mas que fosse, também, uma mensagem de esperança para os portugueses e permitisse lançar as bases políticas para compromissos futuros.
Porém, a pré-campanha e a habitual "caça ao voto" têm sido uma desilusão, com insultos, calúnias, polémicas, mentiras, desconfiança, radicalismo e muita arrogância, revelando que a tomada ou a manutenção do poder parecem sobrepor-se ao interesse nacional, à mobilização dos portugueses e à discussão do futuro.
Sendo evidente, há vários anos, que são necessárias profundas reformas estruturais na sociedade portuguesa e que isso implica mudar de vida, corrigir excessos e enfrentar as corporações e os interesses instalados, esse objectivo só pode ser conseguido por um governo democrático e patriótico, apoiado por uma ampla base parlamentar e social, assente num compromisso entre as principais forças políticas e sociais.
Por isso, o rumo que a campanha eleitoral está a tomar é algo preocupante ou, por outras palavras, “assim não vamos lá”.
Eu vou votar, mas não gosto deste tipo de campanhas.
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