quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Dinheiros públicos e maus exemplos

A presidência da Assembleia da República é um cargo de grande importância institucional e política desempenhado pela segunda figura do Estado, pelo que o affaire Fernando Nobre foi um fiasco que cobriu de ridículo os seus patrocinadores.
Porém, em sentido inverso, a eleição de uma jovem mulher da transmontana vila de Val-passos foi um acontecimento relevante, consensual e muito justamente aplaudido.
A eleita está na política há mais de vinte anos e, aparentemente, saberá de leis e de regulamentos, mas parece saber pouco de gestão orçamental e, menos ainda, da realidade sociológica em que vivemos.
De facto, a jovem presidente ainda estará deslumbrada com a sua meteórica carreira política, parecendo ignorar que estamos em grandes apertos e que é preciso poupar, reduzir despesas e dar exemplos ao Parlamento e à sociedade.
A atribuição de um BMW com motorista ao deputado Amaral merece a nossa crítica, por revelar um fraco pelos amigos que alguma vez lhe deram a mão. A amizade e a gratidão ficam-lhe bem, mas não podem ser pagas com dinheiros públicos.
Agora, ignorando que o seu gabinete tem um quadro de pessoal com 8 motoristas oficiais, a jovem presidente nomeou o senhor António da Conceição Leitão para o cargo de motorista do seu gabinete, por ser o seu anterior motorista privado e pessoa da sua confiança. É legítimo manter estes luxos privados, mas não podem ser pagos com dinheiros públicos.
São estes tipos de maus exemplos que empurram muita gente para o protesto e para a indignação e, muitos mais, para a descrença.



Sem comentários:

Enviar um comentário