Ontem o INE divulgou os números do desemprego e hoje todos os jornais destacaram essa notícia em primeira página. O jornal Público foi aquele que melhor ilustrou essa notícia, com um gráfico que mostra a evolução da taxa de desemprego em Portugal na última década, que mais do que quadruplicou e já atinge 14%. O Presidente da Comissão Europeia, que hoje ocasionalmente se encontrava em Lisboa, declarou que “Portugal está numa situação de emergência social devido à escalada do desemprego”.
Haverá cerca de 1200 mil desempregados. Há 250 mil que procuram emprego há mais de dois anos. O desemprego jovem é de 35%. Há 108 mil licenciados sem emprego. Há 885 novos desempregados por dia. São números calamitosos que nos avisam e nos perturbam seriamente.
O problema é gravíssimo e há que fazer qualquer coisa já. Há uma geração inteira sem perspectivas de emprego e a quem foi dito que desista e que emigre. Há sinais de conflito entre quem tem emprego e quem está desempregado, entre quem é incluído e quem é excluído socialmente. Os desempregados de longa duração perderam a esperança. Os jovens desinteressam-se pelos problemas dos mais velhos que morrem no esquecimento e na solidão. O risco de desagregação social é evidente.
A solução deste problema, que é o mais grave da sociedade portuguesa, é política e no nosso quadro constitucional passa pelos partidos. Porém, os nossos principais partidos têm-se alternado no poder e são igualmente responsáveis por esta calamidade, pois apenas representam os seus próprios interesses, com líderes que estão reféns dos seus aparelhos partidários, cuja fome saciam com empregos, cunhas, contratos e festas. Estamos em emergência social como disse Durão Barroso, mas a mediocridade e a miopia reinantes parecem não perceber isto. Portugal precisa de menos austeridade e de mais políticas de promoção do emprego! Custe o que custar.
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