O problema sírio abandonou a primeira páginas dos jornais ocidentais e a notícia do Gulf News é uma excepção: Bashar Al-Assad e o seu governo aceitaram esta semana o plano de seis pontos de Kofi Annan, o antigo secretário-geral da ONU e actual emissário da ONU e da Liga Árabe, para pôr fim à violência no país. Esse plano procura que, sob a supervisão da ONU, cessem os confrontos entre as forças governamentais e os seus opositores, sejam libertados os oposicionistas detidos nos protestos contra o governo e seja autorizada a entrada no país de ajuda humanitária.
A chamada Primavera Árabe teve início na Tunísia e chegou à Síria, onde há um ano a oposição ao regime de Bashar Al-Assad saiu à rua para protestar. Aos protestos sucederam-se os confrontos e depois os combates entre as forças governamentais e as forças da oposição. A cidade de Homs tornou-se o símbolo da revolta. A situação humanitária tornou-se crítica. Terão morrido mais de dez mil pessoas e há denúncias de atrocidades praticadas por ambas as partes. Até agora, o governo sírio tinha tido o apoio da Rússia e da China para recusar qualquer plano de paz, pelo que esta decisão pode ser uma etapa importante para acabar com a violência no país.
Contrariamente ao que se passou no Iraque e na Líbia onde se verificaram intervenções militares externas de alguns falcões e dos seus amigos, agora procura-se uma solução mais equilibrada. Será porque a Síria tem pouco petróleo? Será porque a Síria tem os apoios internacionais que tem? Assim, muito acertadamente, são a ONU e a Liga Árabe que, com a ajuda da sabedoria de Kofi Annan, estão a dar passos para encontrar a paz.
Na realidade, a solução Annan parece ser bem melhor que as receitas de George W. Bush e de Nicolas Sarkozy.
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