A edição de hoje do
Diário de Notícias é absolutamente essencial para nos ajudar a perceber o escândalo que foi a fraude do BPN e a conhecer alguns dos beneficiários desse roubo gigantesco, que nos pode vir a custar 8,3 mil milhões de euros.
A dimensão e os contornos desse buraco precisam de ser esclarecidos, assim como a obscura rede em que o BPN se envolveu, beneficiando os seus amigos e em especial aqueles que faziam parte do mundo laranja. É preciso saber quem tirou proveito dos negócios ruinosos e quem teve crédito sem garantias. É preciso saber que ilícitos foram praticados sistematicamente e quem os praticou. É preciso esclarecer porque foi tão prolongado o silêncio do Banco de Portugal. Em 2008 o BPN foi nacionalizado para evitar o efeito dominó no sistema bancário. Apesar da situação de falência, muitos dos maus hábitos e os milionários salários dos novos gestores continuaram.
Muitas cabeças do BPN acantonaram-se na Quinta da Coelha. Muitos deles financiaram campanhas eleitorais. O VCE não está isento de críticas nem de suspeitas.
Se o buraco é de 8,3 mil milhões de euros é preciso saber onde está esse dinheiro. Quem o roubou ou quem o recebeu por empréstimo e o deve. Há que apurar responsabilidades já. Saber sem demora quem roubou e quem deve. O Estado não pode assumir a dívida daquela gente. A Política não pode pôr-se à margem deste processo e a Justiça não pode ser cega para com os poderosos. Se a Política e a Justiça falham neste caso, então nada vale a pena, porque a alma é mesmo pequena.
Excelente comentário, como de costume.
ResponderEliminarQuem poderá não estar completamente de acordo com ele?
Para esta situação, não consigo encontrar adjectivos adequados. Os que conheço são todos demasiado leves.