Terminaram ontem na cidade autónoma de Ceuta as Fiestas Patronales en Honor a Santa Maria de África, a “patrona y madre de Ceuta”, o que foi amplamente noticiado pelo jornal Faro de Ceuta.
A devoção dedicada a Santa Maria de África ou Nossa Senhora de África ou Virgem de África não é exclusiva daquela cidade espanhola do norte de África, pois estendeu-se a outras regiões africanas, como por exemplo à Argélia e ao golfo da Guiné. Porém, segundo se crê, essa devoção teria nascido com a presença portuguesa em Ceuta, pois o mais antigo lugar de culto com esta designação encontra-se naquela cidade e a sua construção inicial data do século XV. A imagem da Virgem "patrona y madre de Ceuta" que é venerada nas festas, terá sido doada à cidade pelo Infante D. Henrique, com o pedido para que todos os sábados se rezasse pela sua alma e a tradição da “sabatina”, que ainda hoje permanece em Ceuta, poderá ter essa origem. A imagem tem na mão um bastão com nós, que foi oferecido pelo último governador português de Ceuta.
Ceuta foi conquistada em 1415 pelo rei D. João I e a partir de 1640 deixou de pertencer a Portugal, por não ter aderido ao movimento da Restauração. No entanto, a cidade manteve a sua bandeira igual à da cidade de Lisboa e o seu brasão com as cinco quinas portuguesas, o que só por si evoca as memórias lusitanas.
Teria sido uma boa oportunidade para visitar Ceuta.
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