Entre
os dias 15 e 19 de Abril e a convite dos seus homólogos, o primeiro magistrado
da nação efectuará visitas oficiais à Colômbia e ao Peru que, por acaso,
são os dois maiores produtores mundiais de cocaína. É a sua primeira viagem oficial em 2013 e, sabendo-se que
os seus antecessores fizeram muitas mais viagens, ficamos na dúvida se é bom ou
mau fazer tão poucas viagens. Para esclarecer essa dúvida, era muito desejável
que os contribuintes soubessem quanto custou cada viagem oficial, quem integrou a
comitiva e que resultados foram obtidos por cada um dos seus membros, isto é,
que houvesse uma avaliação custo/benefício de cada viagem presidencial ou
ministerial. Se isso não for feito, então todos podemos pensar que essas
viagens não passam de requintadas passeatas que os jornalistas-acompanhantes
relatam como se fossem coisa importante para o país.
Nesta viagem, a comitiva
presidencial incluirá vários membros do governo, alguns deputados em
representação dos grupos parlamentares da Assembleia da República, uma
delegação empresarial com representações dos sectores da banca, eléctricas,
tecnológicas, distribuição e construção, entre outros e, naturalmente, muitos
jornalistas. Não sei qual o interesse do Chefe do Estado em ser acompanhado por tão
alargada e dispendiosa comitiva. Muita
gente, demasiada gente. Tudo à grande, tudo à nossa conta e tudo a aprofundar o
défice e a dívida. Haverá encontros e recepções, troca de comendas, visitas às
câmaras municipais de Bogotá e Lima, algumas inaugurações, a presença em seminários
económicos a realizar nas duas capitais e os habituais encontros com a
comunidade portuguesa desses países que, em ambos os casos e fora os “correios
de droga” que cumprem pena de prisão, não chegarão às duas centenas, isto é, a
comitiva presidencial será provavelmente maior do que a comunidade que vai ser
visitada. Como eles gostam de viajar à
nossa custa!
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