Nas actuais circunstâncias que se vivem na nossa terra, o desafio de governar e ser governante é muito exigente. É para gente experiente, sabedora e com vocação para servir. Não é tempo de facilidades. Por isso, foi com muita surpresa que a opinião pública tomou conhecimento da facilidade com que o ministro Relvas tinha adquirido um diploma de licenciatura, enquanto o comum dos mortais gastou muitos anos das suas vidas para atingir igual objectivo. Foi um caso de batota e de esperteza. Não era preciso esse diploma para ser ministro, nem uma licenciatura é garantia de melhor prestação como governante. Mas o rapaz era atrevido, viu que era fácil ser doutor, que isso lhe dava estatuto político e social e… pronto! Encomendou. Foi uma espécie de take away.
Ao fim de alguns meses de humilhações e de uma entrada directa no anedotário nacional, que as redes sociais difundiram e até internacionalizaram, o ministro Relvas demitiu-se. Devia ter sido demitido há muito tempo, mas o amigo não teve coragem. O seu controverso percurso ministerial foi um rosário de fintas, truques e trafulhices, misturadas com muita arrogância e algumas pouca vergonhas. Recordo o insulto que foi para todos nós o seu réveillon no Copacabana Palace, a emboscada em que caiu no ISCTE e o pavor com que reagiu à grandolada e, finalmente, o deslumbrado e desastrado balanço de despedida, em que se auto-elogiou, se vangloriou por ter feito um primeiro-ministro e se imaginou com um lugar na História. Poor boy! Saiu pela porta das traseiras, sem coragem e sem dignidade, a mostrar que aqueles que o contestavam tinham toda a razão.
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