Por razões
históricas e culturais que, ao longo do processo histórico nem sempre foram as
melhores, há uma relação muito intensa entre Portugal e a França. Muitos milhares de
portugueses e de luso-descendentes vivem em França e, por isso, tudo o que por
lá se passa nos interessa.
Hoje, os jornais
franceses destacam a “irrespirable” poluição de Paris e perguntam “pourquoi on
respire si mal”, tratam do “chaos centrafricain” e dos dois soldados franceses
que lá morreram e anunciam a ambição bretã de participar com uma equipa na
America’s Cup de 2017. Porém, os mais surpreendentes destaques da imprensa
francesa nas suas edições de hoje dizem respeito à situação social por que passa o país, que é um dos
pilares da União Europeia.
O jornal Midi
Libre que se publica em Montpellier analisa a situação social francesa, investiga
a situação da pobreza e procura compreender essa nova realidade que é “vivre avec 600
euros”, enquanto o diário Le Figaro destaca
em primeira página “ces jeunes qui ne voient plus leur avenir en France”. De
facto, há muitos milhares de jovens franceses que estão a deixar o país na
procura de alternativas para a falta de dinamismo da sua economia e para a não
criação de novos empregos, que se verifica no “hexágono”. Esses jovens, afinal
tão desesperados como os jovens portugueses, espanhóis, gregos ou italianos, dirigem-se
para a Suiça, para a China ou para o Qatar, mas também para os Estados Unidos, para
a Austrália e para o Canadá. A Europa está mesmo mal e não se vê quem cuide dela.
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