No passado mês de Setembro o governo sírio aceitou
entregar o arsenal de armas químicas do seu exército a inspectores
internacionais, de acordo com um plano apresentado pela Rússia, travando assim
uma mais que provável intervenção americana contra alvos sírios, que o
Presidente Obama tinha declarado ser “limitada, proporcional e consequente”. A
partir de então, a Síria saiu da agenda dos media internacionais, embora a
guerra tivesse continuado com muita dureza, assim como a ajuda militar aos opositores a Bashar
El Assad que era fornecida por americanos e ingleses, mas também pela Arábia Saudita e pelo
Qatar.
Passaram menos de três meses e, segundo revela hoje o diário espanhol El País, os Estados Unidos e o Reino Unido decidiram retirar a ajuda militar aos
rebeldes sírios, designadamente ao Exército Livre Sírio (ELS), porque uma milícia
do Estado Islâmico, uma nova amálgama de milícias opositoras do regime,
assaltou a sede do Conselho Militar Líbio e vários dos seus depósitos de armas,
capturando armas anti-aéreas e anti-tanque. Essa acção levou os Estados Unidos
a suspender o apoio aos rebeldes do ELS com receio que essa ajuda vá parar às mãos dos
grupos extremistas sunitas, aos jihadistas estrangeiros ou à Al Qaeda, isto é, os americanos parece que aprenderam, que já repensam o problema sírio e que começam a
perceber que a alternativa à ditadura de Bashar El Assad é uma ditadura
fundamentalista. Michael Hayden, o ex-director da CIA veio agora dizer que uma vitória de Bashar El Assad "é o melhor de três muito, muito horríveis cenários" e o único que pode evitar a fragmentação do país.
Entretanto, parece estar em preparação uma
conferência de paz a iniciar provavelmente em Janeiro e bom seria que as nações
mais poderosas ou mais influentes trabalhassem para a paz na Síria, tendo
sempre em mente o que aconteceu ao Iraque e à Síria depois do derrube de Sadam
Hussein e de Muamar Kadafi.
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