No passado dia 21
de Março um novo navio iniciou a sua actividade operacional nas ligações
marítimas entre as ilhas do grupo central do arquipélago dos Açores, tendo a
sua base no porto da Horta. O novo navio tem linhas muito modernas e foi
baptizado com o nome de Mestre Simão,
em homenagem ao homem que durante muitos anos, com grande coragem e
competência, comandou as históricas lanchas Calheta
e Espalamaca nas duríssimas
travessias do canal do Faial. Propriedade da empresa pública "Atlânticoline", o
navio tem 40 metros de comprimento e capacidade para transportar 344
passageiros e 8 viaturas, devendo muito brevemente juntar-se-lhe o Gilberto Mariano, o segundo navio que a
empresa vai colocar ao serviço do tráfego nas ilhas do grupo central.
A entrada ao
serviço deste novo navio é um grande acontecimento regional, um elemento de valorização
económica e turística e, sobretudo, um importante benefício social para as
populações das ilhas do grupo central, tantas vezes sujeitas aos perigos, às
incertezas e ao desconforto das travessias feitas em pequenas lanchas e com mar tempestuoso, que preenchem o
imaginário de muitas gerações de açoreanos e, em respecial, dos picoenses.
Embora o “mau tempo no canal”, que Vitorino Nemésio imortalizou no seu famoso
romance, vá continuar a fustigar aqueles que atravessam o canal do Faial, o
facto é que o Mestre Simão vai tornar
as ligações entre as ilhas do grupo central, especialmente entre o Faial e o
Pico, menos problemáticas e mais confortáveis. Eu já experimentei e fiquei satisfeito.
É um investimento avultado, mas é um caso de evidente progresso social. Os mares dos Açores são muito duros, mas por aqui as pessoas valem!
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