O jornal i destaca na sua edição de
hoje que, metade dos alunos do 3º ciclo do ensino básico, isto é, jovens entre
os 12 e os 15 anos, já pensam em emigar. Esta conclusão resulta de um inquérito
e de um estudo promovidos pela associação Empresários pela Inclusão Social
(EPIS) que, segundo o jornal, terá sido apresentado hoje na Fundação Calouste
Gulbenkian.
O estudo que avaliou expectativas,
preferências e capacidades de estudantes de 18 concelhos, revela que 46% dos
cerca de dois mil estudantes que participaram no inquérito estão convencidos de
que terão de emigar para arranjar trabalho. O estudo mostra que,
maioritariamente, os rapazes querem ser desportistas e as raparigas querem ser médicas,
mas também tem algumas respostas para temas como o sucesso escolar, as carreiras
profissionais, o desemprego, a aparência física e os hobbies, entre outros. Naturalmente que o estudo é importante para
pais e professores, mas para a generalidade da população tem um sabor muito amargo.
É caso para perguntar o que andam a fazer os nossos governantes que, obcecados
pela obediência cega aos nossos credores – que são também nossos parceiros,
nossos aliados e nossos amigos – antes sugeriram que uma geração emigrasse e agora
deixam que uma outra geração já veja os caminhos da emigração como os caminhos
do futuro. Que país é este que estamos a construir, onde tanta gente jovem já pensa
em emigrar? Curiosamente e sem qualquer sentido das realidades, em vez de
mostrarem preocupação por estarem a tirar a esperança a uma geração, os nossos
governantes dizem que os sinais animadores da nossa economia já permitem inverter
o ciclo emigratório. Será que acreditam no que dizem?
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