Numa época em que
persiste o desalento pela nossa incapacidade colectiva e governativa para
ultrapassar a persistente crise em que estamos mergulhados desde há muito tempo
e em que aceitamos a constante humilhação a que nos sujeitam os nossos amigos
europeus, o desporto costuma funcionar como válvula de escape.
Porém, este ano
as coisas não tinham corrido bem até que Telma Monteiro, na passada semana, se
sagrou vice-campeã mundial de judo pela quarta vez. Foi uma alegria desportiva e, ontem, voltamos a sorrir. Numa votação
realizada no Mónaco durante a cerimónia do sorteio de grupos da Liga dos
Campeões, os jornalistas desportivos europeus elegeram Cristiano Ronaldo e a
UEFA proclamou-o como o Melhor Futebolista da Europa em 2014. Assim, ele realizou
um feito inédito ao conquistar no mesmo ano a Bola de Ouro, a Bota de Ouro e o
troféu do Melhor Futebolista da Europa e, como hoje escreveu o diário madrileno as,
“como Cristiano no hay ninguno”.
Embora os feitos
desportivos de Telma Monteiro e de Cristiano Ronaldo tenham diferente dimensão,
ambos têm destaque nos media internacionais
e contribuem para valorizar e acrescentar a nossa auto-estima. Ambos
representam o prémio de um esforço continuado e persistente, a que os obriga a
alta competição. Em nenhum outro plano, nomeadamente no campo político, temos tanta
notoriedade e boa imagem internacional. A generalidade dos Barrosos e dos Constâncios,
tal como dos Arnauts e dos Moedas, que ocupam cargos internacionais por quota e
não por mérito, não nos dão este tipo de alegrias. Pelo contrário. Por isso,
que nos valha o desporto e... o Ronaldo.
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