O musicólogo,
músico e maestro catalão Jordi Savall renunciou ao Prémio Nacional de Música
que lhe foi atribuído pelo governo espanhol, num acto de protesto contra a política
cultural do governo de Mariano Rajoy, que acusou de “irresponsabilidade e
incompetência” na defesa das artes. Muitos jornais espanhóis deram destaques de primeira página a esta notícia,
associando-a aos problemas políticos por que passa a Catalunha, mas Savall veio
esclarecer que a sua atitude tem a ver com a esfera cultural e não com a esfera
política.
Jordi Savall é
uma referência mundial nos domínios da música medieval, renascentista, barroca
e clássica, tendo-se dedicado desde há mais de quarenta anos à recolha e
preservação do património musical hispânico e mediterrânico, quer como investigador,
quer como intérprete. Fundou diversos grupos musicais, dos quais o mais famoso é
o Hespèrion
XX/XXI, que criou com a sua mulher Montserrat Figueras,
recentemente falecida. Editou mais de duas centenas de discos com
repertórios de música antiga, em que se destacam as suas interpretações com viola
de gamba, tendo acumulado inúmeros prémios internacionais, nomeadamente um
Grammy, tendo-lhe sido atribuído o Prémio Léonie Sonning 2012, que é
considerado o Prémio Nobel da Música. É doutor
honoris causa por diversas universidades, incluindo a Universidade de Évora.
No passado dia 19
de Outubro o músico esteve em Lisboa num concerto na Fundação Calouste Gulbenkian
mas, alguns dias antes, o espectáculo estava esgotado e não havia um só bilhete
disponível. No próximo dia 4 de Novembro, Jordi Savall regressa a Portugal e vai
apresentar-se na Casa da Música no Porto. Ainda há alguns bilhetes disponíveis
nas últimas filas do auditório.
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