sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

O caça Rafale anima a indústria francesa

A França deve estar eufórica com a notícia hoje divulgada por vários jornais que anunciaram que há “um primeiro cliente estrangeiro para o Rafale” ou que destacaram os trinta anos de que o Rafale necessitou para convencer o mercado internacional, significando não só uma vitória industrial e comercial, mas também um êxito tecnológico.  Foi François Hollande que anunciou, ele próprio, o primeiro contrato de exportação do caça francês fabricado pela Dassault Aviation, no valor de 5 mil milhões de euros, que envolve o fornecimento ao Egipto de 24 aviões de combate e de uma fragata. Em tempo de crise é uma excepcional notícia para a economia e para o orgulho franceses. 
O historial deste avião representa uma persistente luta dos franceses para dispor de um avião concebido para concorrer com outros projectos aeronáuticos europeus e, também, uma resposta ao pedido da Marinha e da Força Aérea francesas para disporem de um aparelho do tipo “canivete suiço”, apto para todo o tipo de missões, incluindo o combate aéreo, o ataque ao solo e a recolha de informações, podendo aterrar ou descolar de um porta-aviões e com a capacidade de transportar um míssil nuclear. Além disso, o novo avião deveria poder substituir com vantagem os Jaguar, Crusader, Mirage F1, Mirage 2000, Etendard e Super-Etendard, tendo a Marinha e a Força Aérea francesas fixado as suas necessidades futuras em 286 unidades.
Marcel Dassault arrancou com o projecto Rafale, mas veio a falecer poucos meses antes do primeiro voo do novo avião, que aconteceu em 1986. Em 1993 o Rafale aterrou pela primeira vez num porta-aviões, em 2001 entrou ao serviço da Marinha francesa e em 2006 da Força Aérea, tendo tido o seu baptismo de fogo no Afeganistão. Depois esteve na Líbia onde atacou as colunas blindadas de Kadhafi às portas de Benghazi, no Mali onde travou os jihadistas na sua marcha para Bamako e, mais recentemente, no Iraque onde atacou o ISIS. O sucesso das suas missões foi reconhecido e daí ter nascido esta primeira encomenda que anima a indústria aeronáutica francesa e que, segundo o jornal  Les Echos, relança o Rafale.

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