A França deve
estar eufórica com a notícia hoje divulgada por vários jornais que anunciaram que
há “um primeiro cliente estrangeiro para o Rafale”
ou que destacaram os trinta anos de que o Rafale
necessitou para convencer o mercado internacional, significando não só uma vitória
industrial e comercial, mas também um êxito tecnológico. Foi François Hollande que anunciou, ele próprio,
o primeiro contrato de exportação do caça francês fabricado pela Dassault
Aviation, no valor de 5 mil milhões de euros, que envolve o fornecimento ao Egipto de 24
aviões de combate e de uma fragata. Em tempo de crise é uma excepcional notícia para a economia e para o orgulho franceses.
O historial deste
avião representa uma persistente luta dos franceses para dispor de um avião concebido
para concorrer com outros projectos aeronáuticos europeus e, também, uma
resposta ao pedido da Marinha e da Força Aérea francesas para disporem de um
aparelho do tipo “canivete suiço”, apto para todo o tipo de missões, incluindo o
combate aéreo, o ataque ao solo e a recolha de informações, podendo aterrar ou
descolar de um porta-aviões e com a capacidade de transportar um míssil nuclear. Além
disso, o novo avião deveria poder substituir com vantagem os Jaguar, Crusader, Mirage F1, Mirage 2000, Etendard e Super-Etendard,
tendo a Marinha e a Força Aérea francesas fixado as suas necessidades futuras em
286 unidades.
Marcel Dassault arrancou
com o projecto Rafale, mas veio a falecer poucos meses antes do primeiro voo do
novo avião, que aconteceu em 1986. Em 1993 o Rafale aterrou pela primeira vez
num porta-aviões, em 2001 entrou ao serviço da Marinha francesa e em 2006 da
Força Aérea, tendo tido o seu baptismo de fogo no Afeganistão. Depois esteve na
Líbia onde atacou as colunas blindadas de Kadhafi às portas de Benghazi, no
Mali onde travou os jihadistas na sua marcha para Bamako e, mais recentemente,
no Iraque onde atacou o ISIS. O sucesso das suas missões foi reconhecido e daí
ter nascido esta primeira encomenda que anima a indústria aeronáutica francesa
e que, segundo o jornal Les
Echos, relança o Rafale.
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