A generalidade da
imprensa internacional de referência ilustrou as suas edições de ontem com uma
fotografia alusiva à reunião do G7 – Estados Unidos, Alemanha, Canadá, Japão,
Reino Unido, Itália e França – que se realizou em Elmau, nos Alpes da Baviera. Essa fotografia mostra
Angela Merkel e Barack Obama a conversar descontraidamente num cenário
campestre que tem como pano de fundo as montanhas alpinas ainda cobertas de
neve. Muitos dos relatos e das legendas que acompanharam essa fotografia na imprensa internacional aludiam à semelhança
com o cenário do filme “Música no coração”, rodado em 1965 sob a direcção de
Robert Wise e tendo Julie Andrews como protagonista.
Sabe-se pouco a
respeito dos assuntos tratados nestas reuniões do G7, mas parece que as preocupações
se centraram nos problemas financeiros da Grécia e no nervosismo por que passam os seus credores, na
forte crítica ao envolvimento russo no separatismo ucraniano e, ainda, no problema das alterações
climáticas. A ter sido assim, significa que os sete países mais industrializados
do mundo estiveram reunidos para que alguns deles tratassem das suas agendas
próprias, enquanto outros se limitaram a fazer-lhes companhia. A ter sido
assim, os mais preocupantes problemas mundiais da actualidade não foram
tratados na reunião, caso da fome e da desigualdade no mundo, do terrorismo, do declínio
demográfico da Europa, da proliferação de guerras e da instabilidade no Médio
Oriente, da ameaça jihadista e das maciças migrações do Mediterrâneo e do Sueste asiático, entre
tantos outros problemas que afligem o mundo.
A fotografia de Obama e Merkel que
se tornou famosa, parece traduzir o que realmente se passou em Elmau, isto é, um encontro
cordial de amigos que se limitou a ameaçar a Grécia e a insistir nas sanções à
Rússia ou, como foi escrito, não foi mais do que música no coração.
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