No Verão de 1924
o escritor e jornalista Raúl Brandão visitou o arquipélago dos Açores e dessa
viagem resultou a publicação em 1926 de um “livro de viagens” que ficou famoso
no contexto da literatura portuguesa. O seu título é As ilhas desconhecidas
- Notas e paisagens e é uma das mais apreciadas obras literárias sobre as
ilhas açorianas, que muito tem contribuído para a divulgação e para a formação
da sua imagem externa. Ao longo do tempo têm sido publicadas várias edições
desta obra sobre os Açores, que retrata com um recorte literário de excelência
o ambiente natural e a paisagem humana das ilhas, algumas especificidades da
fauna e da flora, a arte da pesca da baleia, as festas do Espírito Santo, a
imponência da montanha do Pico, as fainas marítimas e a solidão insular, entre
muitos outros aspectos característicos das ilhas.
A partir de 2008
o fotógrafo Jorge Barros decidiu promover uma edição desta obra ilustrando-a
com belíssimas fotografias da sua autoria. O ambicioso projecto demorou três
anos e da ligação do texto de Raúl Brandão com a fotografia de Jorge Barros,
resultou uma edição de grande qualidade estética e artística que muito valoriza
o património editorial açoriano.
Com o apoio do
Governo dos Açores foi preparada uma bela exposição de fotografia itinerante
com muitas das imagens resultantes do levantamento fotográfico de Jorge Barros
por todas as ilhas. Actualmente, a exposição encontra-se na ilha do Pico,
repartida por dois núcleos, respectivamente nas Lajes do Pico (Museu dos
Baleeiros) e em São Roque do Pico (Museu da Indústria Baleeira). É um
acontecimento cultural relevante e inspirador na “mais bela e mais
extraordinária ilha dos Açores”, como escreveu Raúl Brandão.
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