Uma etapa da Vuelta a España ontem disputada entre
Estepona e Vejer de la Frontera, na Andaluzia, levou os ciclistas a passar pela
Puente de La Constituición de 1812,
conhecida por Puente de la Pepa, que
atravessa a baía de Cadiz e liga Puerto Real a Cadiz. A imponente ponte que
será a maior de Espanha ainda não está concluida, mas foi ontem utilizada pela
primeira vez como regista La Voz de Cadiz na sua edição de
hoje. A imprensa espanhola, que muitas vezes trata o seu país como se não
houvera mais países e mais mundo, tratou de destacar esta pré-inauguração,
classificando esta ponte como uma das maiores do mundo, com os seus 3.082 metros de
comprimento e com uma largura do tabuleiro variável entre 31 e 33 metros.
Acontece que a nossa
Ponte Vasco da Gama tem 17,3 km de
comprimento, dos quais 12 km sobre o estuário do rio Tejo, tendo uma largura de
30 metros que suporta 6 vias de rodagem. É reconhecida como a ponte mais longa
da Europa e a nona mais extensa do mundo. Por isso, nesta matéria, ganhamos a
Espanha e verificamos como eles são uns exagerados e quase tão chauvinistas
como os franceses. Porém, o nosso problema não é o comprimento das pontes que é
um tema menor e muito desinteressante. O nosso problema é não sabermos os
exactos contornos financeiros que envolveram a construção da nossa ponte, isto
é, quanto foi recebido do Fundo de Coesão da União Europeia, quanto foi
emprestado pelo Banco Europeu de Investimentos e qual foi a participação do
consórcio Lusoponte, que ficou com a concessão por 40 anos das portagens das duas
pontes sobre o Tejo. Já passaram 17 anos sobre a inauguração desta tão
importante obra, mas continua a haver uma densa neblina sobre o assunto, sem
que saibamos a verdade sobre os negócios que lhe estão associados.
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