O jornal PresseOcéan
de Nantes anunciou hoje que o armador italo-suiço MSC oficializou uma encomenda
de quatro grandes paquetes aos estaleiros franceses de STX em Saint-Nazaire,
num contrato que ascende a 4 mil milhões de euros de investimento e que vai
assegurar trabalho directo a 3.500 pessoas durante dez anos. O contrato é de
tal dimensão que o Presidente François Hollande não abdicou de presidir à cerimónia
da sua assinatura, a mostrar a sua importância económica para a França.
Portanto, os estaleiros de
Saint-Nazaire vão construir quatro navios com mais de 200 mil toneladas de
arqueação bruta, com 335 metros de comprimento e 47 metros de largura, que
começarão a ser entregues ao armador a partir de 2022. É um investimento gigante, daqueles
que enchem de “inveja” qualquer país que tenha desemprego persistente ou tenha
capacidade instalada não aproveitada. Portugal vive uma situação de desemprego
estrutural e de não criação de emprego que é, cada vez mais, uma ameaça para as futuras gerações. A falta de investimento é dramática e não podemos iludir-nos com o aumento das exportações de sapatos, da pera rocha e do vinho alentejano. O problema é muito sério e muito difícil de ultrapassar, pelo que há necessidade
de juntar as forças da imaginação e da inteligência para captar investimento, que não seja apenas o imobiliário e a especulação que lhe está associada. A diplomacia económica tem que ser outra coisa, porque a que temos visto é uma pequenina feira de vaidades que não tem dado os resultados necessários.
A notícia que hoje
nos chega de Nantes é mais um soco no estômago dos portugueses que, cada vez
mais, estão fora dos circuitos internacionais de investimento sem saberem
exactamente os porquês dessa situação. A falta de investimento em Portugal começa a ser um problema de sobrevivência
nacional e é preciso que os políticos percebam isso. Começa a ser uma emergência nacional.
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