A selecção
nacional de futebol venceu ontem a selecção suiça no estádio da Luz e apurou-se
para o Campeonato do Mundo de Futebol que, no próximo ano, se vai disputar na
Rússia.
A noite de ontem, serviu não só para assegurar esse apuramento, mas
também para elevar o orgulho nacional e a auto-estima dos portugueses. Com esse
festejado triunfo, Portugal ingressou no restrito grupo de países que estará no
Mundial, o que o torna sujeito num dos temas dominantes da actualidade, porque
a partir de agora, através dos meios de comunicação social, o mundo vai falar
das selecções e dos países que vão estar presentes na Rússia.
As imagens
televisivas foram esclarecedoras quanto ao entusiasmo ou mesmo à euforia dos
portugueses. De resto, quase tudo parece correr bem nesta terra, desde a paz
social até ao bom desempenho da economia, passando pela estabilidade política,
pela multidão de turistas que nos visitam e pelo futebol. Só a prolongada seca,
a persistência dos incêndios, o aumento da dívida externa e a demagogia de
certas figuras políticas nos contrariam o nosso contentamento.
A imprensa
destacou, naturalmente, o apuramento português e o jornal A Bola escolheu o
sugestivo título de Nação Valente,
retirado do texto do Hino Nacional que milhares de espectadores cantaram no
final do jogo, num inesperado momento de grande emoção.
Infelizmente,
este momento de euforia vai ser efémero nas nossas televisões. Vão voltar
rapidamente os longos espaços televisivos com enjoativos debates sobre o
futebol caseiro e com a exibição de um doentio fanatismo clubístico, apoiado no
discurso injurioso dos dirigentes, nas vicissitudes das arbitragens ou na
enfadonha discussão sobre se numa determinada jogada houve mão na bola ou bola
na mão.
É uma pena que as
televisões, sobretudo o serviço público de televisão, dê guarida a tantos
fanáticos investidos em comentadores de televisão.
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