Depois de várias
semanas de acalmia no território sírio, em que se pensava que a guerra se
aproximava do seu fim em resultado da aparente derrota das forças do Daesh e do
também aparente controlo da maior parte do território pelo regime de Bashar
el-Assad, a guerra parece ter recomeçado, agora sem o Daesh, mas com sírios,
iranianos, turcos, curdos, russos e outros mais, incluindo alguns americanos.
No norte do país,
na região fronteiriça sírio-turca de Afrin, as forças governamentais de Bashar
el-Assad foram em auxílio das forças curdas que estavam a ser atacadas pelos
turcos desde há vários dias, com o pretexto de que não querem curdos nas suas
fronteiras. Há notícias que indicam que as forças sírias recuaram ou que terá
havido negociações, mas há outras que afirmam que o combate entre turcos e
sírios, ou entre Bashar el-Assad e Recep Erdoğan, ainda não começou mas está
eminente, o que a acontecer significa um preocupante agravamento da guerra
civil síria que, recorde-se, já dura há sete anos. Porém, há muita propaganda
ou contra-informação sobre Afrin.
No sul da Síria, as notícias também são
muito preocupantes. Nos arredores de Damasco, o enclave de Ghouta onde vivem cerca de
400 mil pessoas e que continua sob o controlo das forças de oposição ao regime
sírio, tem sido alvo de bloqueio por parte do regime de Bashar el-Assad que impede a chegada
de combustíveis, alimentos e medicamentos. Além disso, nos últimos dias
começaram intensos bombardeamentos para acabar com "os rebeldes de Ghouta", tal como aconteceu em Allepo, que têm provocado centenas de mortes e que já são referidos como “o massacre do século XXI”. Porém, tal como em Afrin, há
muita propaganda ou contra-informação sobre Ghouta.
O que não há dúvida é que estamos perante mais uma catástrofe humanitária e há quem diga que já não é uma guerra, mas um massacre. As Nações Unidas
apelaram a um cessar-fogo imediato em Ghouta e em Afrin, mas parece que ninguém
ouviu esse apelo, nem mesmo a imprensa internacional, pois são muito poucos os
que tratam este assunto. The Guardian é uma das poucas
excepções.
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