O diário Folha
de S. Paulo que se publica desde 1921 é um dos principais jornais
brasileiros, tem uma orientação política conservadora e, no seu “cadastro”, tem
inscrito o apoio que deu ao golpe militar de 1964 que estabeleceu a ditadura
militar. Não admira, portanto, que esse jornal tenha estado sempre na primeira
linha do combate contra o ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O título que
escolheu para a sua edição de hoje, por acaso igual ao que foi escolhido pelos
diários conservadores O Estado de S.
Paulo e O Globo, entre outros, é
verdadeiro, mas aquelas duas palavras com caracteres desproporcionados só podem
ser interpretadas como a satisfação de um desejo, ou como um grito de vitória.
Lula está preso
desde ontem em Curitiba e o Brasil está dividido entre os que concordam com a
sua prisão e aqueles que exigem a sua imediata libertação. Ninguém parece
preocupar-se com a corrupção política brasileira que é uma coisa que vem de
longe e que é transversal a todas as forças políticas. Só o caso de Lula parece
interessar a justiça brasileira, certamente para o anular como símbolo político
e para decapitar as forças políticas que ele lidera.
Deste lado
oriental do Atlântico recebemos o relato escrito e televisionado sobre as
ligações perigosas que no Brasil existem entre a Política e Justiça e, também,
a forma como tem sido conduzido o processo Lava Jato e, em especial, o processo
contra o ex-Presidente Lula. Porém, a generalidade dessa informação não é
independente e, por uma questão de bom senso, tem que ser vista com muitas
reservas. O facto é que o Brasil está dividido, inquieto e muito nervoso por
causa da prisão do ex-Presidente Lula, ao mesmo tempo que este caso passa para
o exterior uma imagem negativa da judicialização da política ou até mesmo de um
golpe no Brasil.
Que os brasileiros possam sair rapidamente deste imbróglio.
Que os brasileiros possam sair rapidamente deste imbróglio.
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