quarta-feira, 5 de setembro de 2018

Ainda a tragédia do Museu Nacional

O incêndio que destruiu o Museu Nacional no Rio de Janeiro foi uma tragédia para o património cultural e para a memória histórica do Brasil e teve repercussão mundial.
A dimensão da desastre foi enorme e o prejuízo inquantificável, não só porque se perdeu um importante acervo histórico e foi afectada a investigação académica na área científica das Ciências Humanas, mas também porque foi destruido o palácio da Família Real portuguesa e da Família Imperial brasileira, isto é, um dos maiores símbolos da ligação entre Portugal e o Brasil.
A imprensa brasileira tem apontado os inúmeros erros que foram cometidos pelas autoridades que tutelam o museu, como o desinvestimento em trabalhos de conservação, a degradação da instalação eléctrica, a falta de sistemas de segurança e, sobretudo, a postura de desinteresse e de abandono a que aquele monumento e aquele acervo foram votados.
O desastre é uma lição para os governos, para os políticos e para a sociedade em geral de todo o mundo e não apenas do Brasil. O assunto é recorrente, mas em período de campanha eleitoral talvez sirva para alertar os eleitores para resistirem à manipulação do seu voto e para fazerem mais exigências aos políticos em relação ao património.
Apesar do luto, há que reagir e refazer o museu, mas antes é necessário definir o que fazer ao bicentenário edifício, isto é, saber se se reconstrói ou se se mantém a ruina para lembrar a tragédia aos vindouros. O jornal O Globo publicou uma fotografia do desolador aspecto das ruinas do palácio mais importante da História do Brasil e anuncia que alguns países, como Portugal e a França, já ofereceram ajuda para a reconstrução.
Há que começar já a trabalhar para que nada se apague da memória!

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