O incêndio que
destruiu o Museu Nacional no Rio de Janeiro foi uma tragédia para o património
cultural e para a memória histórica do Brasil e teve repercussão mundial.
A dimensão da
desastre foi enorme e o prejuízo inquantificável, não só porque se perdeu um importante
acervo histórico e foi afectada a investigação académica na área científica
das Ciências Humanas, mas também porque foi destruido o palácio da Família Real
portuguesa e da Família Imperial brasileira, isto é, um dos maiores símbolos da
ligação entre Portugal e o Brasil.
A imprensa
brasileira tem apontado os inúmeros erros que foram cometidos pelas autoridades
que tutelam o museu, como o desinvestimento em trabalhos de conservação, a degradação
da instalação eléctrica, a falta de sistemas de segurança e, sobretudo, a
postura de desinteresse e de abandono a que aquele monumento e aquele acervo foram
votados.
O desastre é uma
lição para os governos, para os políticos e para a sociedade em geral de todo o
mundo e não apenas do Brasil. O assunto é recorrente, mas em período de
campanha eleitoral talvez sirva para alertar os eleitores para resistirem à
manipulação do seu voto e para fazerem mais exigências aos políticos em relação
ao património.
Apesar do luto, há que reagir e
refazer o museu, mas antes é necessário definir o que fazer ao bicentenário
edifício, isto é, saber se se reconstrói ou se se mantém a ruina para lembrar a tragédia
aos vindouros. O jornal O Globo publicou uma fotografia do
desolador aspecto das ruinas do palácio mais importante da História do Brasil e
anuncia que alguns países, como Portugal e a França, já ofereceram ajuda para a
reconstrução.
Há que começar já
a trabalhar para que nada se apague da memória!
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