A questão catalã
teve alguns desenvolvimentos nos últimos dias, com destaque para o encontro
entre Pedro Sánchez e Quim Torra, isto é, o presidente do governo de Madrid e o
presidente da Generalitat de Barcelona, como
resultado de um convite feito por Pedro Sánchez, aproveitando a realização de
um Conselho de Ministros em Barcelona. Neste encontro, que Madrid classificou
como encontro informal e Barcelona considerou uma reunião bilateral, os dois
políticos e as suas equipas conversaram sobre um plano para melhorar os canais
de diálogo entre as duas partes no sentido de minimizar o radicalismo
independentista e levá-lo para um patamar de discussão democrática.
Como se esperava,
pouca coisa saíu deste encontro para além do reconhecimento de que existe
realmente um conflito com diferentes perspectivas sobre a sua origem e sobre as
vias de solução. Porém, a vontade de continuar a conversar ficou bem expressa e
isso abriu um novo capítulo deste processo, que tinha sido encerrado com Rajoy
e Puigdemont. Isso é muito positivo.
O encontro teve
reacções bem diversas e extremadas: para uns foi início de um processo de diálogo
democrático sobre o futuro da Catalunha e a unidade da Espanha, mas para outros
foi uma cedência e uma humilhação perante “um fascista e um golpista como é
Torra”. Daí que, Albert Rivera e Pablo Casado, os líderes dos Ciudadanos e do
Partido Popular se tivessem unido contra “este acto de traição à Espanha”.
A fotografia de Sánchez
e Torra ilustrou a imprensa espanhola, nomeadamente o conservador ABC,
e ficará a marcar o futuro do processo catalão. No entanto, Pedro Sánchez "invadiu" o território da Catalunha e até lá realizou uma reunião do Conselho de Ministros, coisa que Mariano Rajoy nunca ousara fazer.
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