sábado, 22 de dezembro de 2018

Madrid e Barcelona voltam ao diálogo

A questão catalã teve alguns desenvolvimentos nos últimos dias, com destaque para o encontro entre Pedro Sánchez e Quim Torra, isto é, o presidente do governo de Madrid e o presidente da Generalitat de Barcelona, como resultado de um convite feito por Pedro Sánchez, aproveitando a realização de um Conselho de Ministros em Barcelona. Neste encontro, que Madrid classificou como encontro informal e Barcelona considerou uma reunião bilateral, os dois políticos e as suas equipas conversaram sobre um plano para melhorar os canais de diálogo entre as duas partes no sentido de minimizar o radicalismo independentista e levá-lo para um patamar de discussão democrática.
Como se esperava, pouca coisa saíu deste encontro para além do reconhecimento de que existe realmente um conflito com diferentes perspectivas sobre a sua origem e sobre as vias de solução. Porém, a vontade de continuar a conversar ficou bem expressa e isso abriu um novo capítulo deste processo, que tinha sido encerrado com Rajoy e Puigdemont. Isso é muito positivo.
O encontro teve reacções bem diversas e extremadas: para uns foi início de um processo de diálogo democrático sobre o futuro da Catalunha e a unidade da Espanha, mas para outros foi uma cedência e uma humilhação perante “um fascista e um golpista como é Torra”. Daí que, Albert Rivera e Pablo Casado, os líderes dos Ciudadanos e do Partido Popular se tivessem unido contra “este acto de traição à Espanha”.
A fotografia de Sánchez e Torra ilustrou a imprensa espanhola, nomeadamente o conservador ABC, e ficará a marcar o futuro do processo catalão. No entanto, Pedro Sánchez "invadiu" o território da Catalunha e até lá realizou uma reunião do Conselho de Ministros, coisa que Mariano Rajoy nunca ousara fazer.

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