Na sua edição de
ontem o jornal i anunciou que o Parlamento estava fora de controlo e
que era impossível fiscalizar se os pagamentos feitos aos deputados lhes eram
devidos, destacando que em 2017 tinham sido feitos pagamentos de viagens no
valor de 3 milhões de euros.
Nos últimos
tempos os jornais impressos ou televisionados têm-se transformado em verdadeiros
panfletos e o primeiro dever de qualquer leitor ou espectador é duvidar de tudo
o que eles dizem, que pode ser verdadeiro ou não. Por isso, peguei numa calculadora e fui fazer contas,
verificando que aquela despesa correspondia a cerca de 13.040 euros anuais e a
cerca de 1086 euros mensais por cada deputado. A ser verdade é um caso escandaloso,
porque ninguém percebe as razões pelas quais os deputados viajam tanto.
Muitos daqueles
que nos representam no Parlamento e que tanto têm feito para desacreditar a
Democracia, deveriam ser um exemplo de cidadania mas parece que se deslumbram
com a facilidade com que acumulam benesses ao seu salário que, não sendo muito
elevado, está largamente acima da média dos salários daqueles que os elegeram.
O problema poderá
estar nas generosas dotações orçamentais do Parlamento, provavelmente acima das
possibilidades dos contribuintes. Repare-se que em 2019 o funcionamento do
Parlamento vai custar 83 milhões de euros aos portugueses, dos quais 51 milhões
para despesas com pessoal onde, por exemplo, se incluem um subsídio de 14.017
euros para o Grupo Desportivo Parlamentar e um outro subsídio de 46 mil euros
para a Associação dos ex-Deputados. Com
dinheiro para estas coisas, também não faltará dinheiro para viajar e passa a funcionar
a lei da oferta e da procura, isto é,
havendo oferta de dinheiro, há mais procura de viagens.
Será que os deputados precisam de viajar tanto?
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