A ilha Terceira
tem uma história muito rica, um importante património construído e até uma
capital que é património da Humanidade, mas o que mais impressiona naquela ilha
são as características culturais dos terceirenses, que se revelam nas Sanjoaninas,
nas Festas da Praia (da Vitória) e em muitas outras festas que se realizam por
toda a ilha, mas também nas touradas, nas marchas, nas danças, nas comédias e,
sobretudo, nos bailinhos de Carnaval.
Durante muitas
semanas, homens e mulheres das mais diversas idades e profissões, de diferentes graus
académicos e estratos sociais, esquecem as diferenças socioculturais, e transformam-se em músicos e actores, juntando-se em ensaios para apresentarem em
palco um divertido espectáculo popular que envolve um pouco de todas as artes performativas,
como a música, o teatro, o canto e a dança, que entusiasmam uma ilha inteira. São
os grupos que vão ao encontro das pessoas e chegam a fazer seis ou mais
atuações em cada noite, pela madrugada dentro, nas salas espalhadas por toda a
ilha durante os quatro dias de Carnaval. Este ano foram 70 bailinhos, 6
danças de pandeiro, 2 danças de espada, 8 comédias e um monólogo, apresentados
em 36 palcos das sociedades recreativas de toda a ilha, sempre cheias, em que
participaram 1.970 músicos e actores, sendo 1.136 homens e 833 mulheres. Os bailinhos são, seguramente, uma das mais interessantes manifestações da cultura popular portuguesa, embora sejam pouco conhecidos no território continental.
Os terceirenses
também levaram a sua tradição cultural para os Estados Unidos e para o Canadá e todos
os anos são apresentados bailinhos
que, por vezes, vêm actuar na ilha Terceira. Este ano estavam programados 18
bailinhos na costa Leste americana e 15 na Califórnia, enquanto no Canadá só
estavam anunciados 10!
Naturalmente, o
terceirense Diário Insular destacou que a ilha esteve embalada pelo
Carnaval, até porque, como alguém referiu, a ilha Terceira é uma terra de
artistas e hoje, que é quarta-feira, já os terceirenses estão com saudades do
Carnaval e a começar a ensaiar as marchas
a apresentar nos Santos Populares. Sempre em festa! Viva a alegria da ilha Terceira.
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