O jornal espanhol
ABC
destaca em primeira página na sua edição de hoje as fotografias dos
primeiros-ministros de seis países da Europa Ocidental, com a indicação das
percentagens de apoio popular que as suas medidas de combate à pandemia do covid-19 têm suscitado. Apesar de ser um
assunto interessante, é de lamentar que o jornal tenha evidentes e inoportunos objectivos
políticos contra Pedro Sánchez, porque ao mostrar que ele tem o mais
baixo apoio de entre todos os líderes da Europa Ocidental, acaba por se colocar num
patamar crítico e de fora de uma união nacional que nesta altura
é essencial para ultrapassar a grave situação por que passa a Espanha. Não é a altura de atacar primeiros-ministros. Inversamente, António Costa surge
nesta apresentação como o líder com mais apoio popular da Europa Ocidental, com
a particularidade de ter os apoios do principal partido da oposição e de uma
muito larga maioria parlamentar.
O facto é que a
pandemia assentou arraiais nesta faixa do continente europeu e que a Europa
Ocidental está no olho deste furacão. Nos seis países considerados, verifica-se
que, segundo os números mais recentes, já houve 43.419 óbitos em consequência
do covid-19, repartidos por Itália
(15.887), Espanha (12.641), França (8.078), Reino Unido (4.934), Alemanha
(1.584) e Portugal (295). Como até agora estão contabilizados 65.509 óbitos em
todo o mundo devidos ao covid-19,
significa que nestes seis países da Europa Ocidental aconteceram 66% dessas
fatalidades. Os países que desde o século XVI dominaram o mundo e que, provavelmente, têm os mais elevados índices civilizacionais da humanidade, são aqueles que mais estão a sofrer com a pandemia do covid-19.
Já apareceram
algumas teorias explicativas, mas nenhuma delas parece convincente. Será uma consequência
de estilos de vida? De hábitos de consumo? De práticas de higiene? Ora aí está
mais um tema a merecer a atenção da investigação científica, até porque pode
ajudar a resolver ou a atenuar o problema.
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