A imprensa
espanhola e em especial a imprensa desportiva destacam hoje que Lionel Messi,
após cerca de dezoito anos ao serviço do FC Barcelona, escreveu ontem um
simples telefax dirigido à direcção do seu clube, solicitando unilateralmente o
fim do seu contrato. A cidade de Barcelona tremeu como se fosse um sismo. Talvez que o grande artista da bola ainda esteja amuado com o que
lhe aconteceu no Estádio da Luz onde o FC Bayern de Munique lhe aplicou oito
golos ou, então, concluiu que é a altura de ir tratar da gestão das muitas toneladas
de dinheiro que acumulou enquanto jogava à bola.
O jogador pouco
mais disse do que “quiero irme del Barça” e o mundo ficou sem saber o que é que
realmente lhe vai na alma, enquanto os dirigentes do seu clube ficaram em
estado de choque por estarem em vias de perder a sua estrela, mas também os
milhões que a sua transferência poderia render. Não se sabe se Messi foi
assediado por dinheiro árabe ou chinês ou até se tem propostas de trabalho do
Paços de Ferreira ou do Moreirense, mas o facto é que os jornais espanhóis e
latino-americanos deram um enorme destaque à decisão de Lionel Messi, porque ele
tem sido um excepcional artista da bola e um ícone da cidade de Barcelona e até
da Catalunha, que se encontra no mesmo patamar de notoriedade e fama que
atingiram Pelé, Maradona e Ronaldo.
No mundo
comunicacional em que vivemos, este telefax
de Lionel Messi foi pensado pelos seus advogados. Não foi um impulso e, por isso, esconde qualquer coisa e só pode ser uma artimanha ou uma peça de
uma estratégia de trampolim para outros passos que, naturalmente, já estão negociados. Vamos a
ver o que vai acontecer para esclarecer este mistério ou mais esta negociata do mundo do futebol. Alguém está a querer comprar o nome do jogador, apenas o nome, porque a marca Messi potencia muitos outros negócios.
Certamente andarei com o passo trocado quanto a estes negócios da "bola", em que os proventos dos seus "artistas" (executantes, treinadores, representantes, dirigentes e mais uns tantos menos conhecidos) são obscenos neste mundo humanamente desigual em que milhões anseiam por um pão, por uma aspirina, por um tecto, por um minuto de sossego.
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