Na sua segunda
onda o vírus covid-19 está muito
activo em Portugal, mas também na generalidade dos países europeus, verificando-se
um agravamento progressivo da situação e repetindo-se as orientações, as
recomendações ou as imposições destinadas à contenção da pandemia. Para além
das medidas mais usuais que se recomendam – uso de máscara comunitária, lavagem
frequente de mãos, distanciamento social – as autoridades têm tomado medidas
específicas, como as restrições à circulação, o cancelamento de eventos desportivos
e culturais ou a proibição de ajuntamentos mas, sobretudo, têm insistido na necessidade
da responsabilização dos comportamentos individuais dos cidadãos. A situação é muito
crítica e há países e regiões onde foi instituído o confinamento obrigatório,
como hoje anuncia el Periódico de Barcelona, mas essa circunstância tem
implicações económicas tão sérias que, naturalmente, têm que ser ponderadas
pelas autoridades. Ninguém sabe o que nos reserva o futuro, nem sanitária nem
economicamente e o facto é que esta situação só terminará quando for descoberta
uma vacina eficaz para a protecção do vírus e um tratamento seguro para a
população infectada.
Nesta situação complexa que atravessamos em Portugal, a
pandemia do covid-19 aparece ligada a
uma outra pandemia que é o corropio de muitas dezenas de comentadores que
passam pelas televisões, muitos deles ignorantes e alarmistas, que nada
conhecem do assunto nem dos ambientes hospitalares, mas que tudo criticam como
se fosse fácil a tarefa de quem decide. Objectivamente, essa gente nada
esclarece e apenas contribui para criar insegurança e preocupação na população.
Neste avião em que todos viajamos e que de repente se viu envolvido numa enorme
tempestade, eu confio no piloto e não me passa pela cabeça entrar pelo cockpit para lhe dizer o que deve fazer.
Há que confiar nas autoridades sanitárias que estão a pilotar esta situação e
que, certamente, tudo fazem para nos ajudar nesta emergência.
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