Terminou ontem o Giro d’Italia que, com o Tour de France e a Vuelta a España, constituem as três principais provas do ciclismo
mundial e que, todos os anos, são acompanhadas por milhões de entusiastas nas
estradas, nas montanhas e nas televisões que lhes dedicam alargados espaços,
com as reportagens televisivas a recorrer a motos, helicópteros e a drones,
tornando-as muito apreciadas pelas audiências.
O ciclismo
português não tem expressão internacional e, apesar da lenda que foram os
desempenhos de Joaquim Agostinho, da medalha olímpica conquistada em 2004 por
Sérgio Paulinho ou do título de campeão do mundo de estrada ganho por Rui Costa
em 2013, pouco mais de relevante se tem passado no ciclismo português. Porém, este
ano alguma coisa aconteceu e o Giro
d’Italia 2020 consagrou dois
ciclistas portugueses nessa prova de três semanas, o que constitui um facto
absolutamente insólito.
As televisões
mostraram um jovem chamado João Almeida nascido nas Caldas da Rainha e com 22
anos de idade que, para além de se ter mantido durante quinze dias no primeiro
lugar com a camisola rosa, terminou a corrida em 4º lugar. Nunca nenhum
português conseguira isso. Outro jovem chamado Rúben Guerreiro, natural do
Montijo e com 26 anos de idade, ganhou uma etapa do Giro d’Italia e, no final da prova, subiu ao pódio com a camisola
azul, símbolo do vencedor do Prémio da Montanha, o que significa que foi o
primeiro português “a ganhar uma camisola numa grande volta”. Também, nunca
nenhum português conseguira isso.
O jornal O
Jogo referiu-se a estes dois desempenhos como “fecho de ouro” e, de
facto, são tão raros os êxitos desportivos dos nossos atletas no contexto
internacional que é justo que a imprensa lhe tivesse dado destaque, embora
quase no mesmo plano de um tal de Ivanilson, um futebolista brasileiro que…
meteu um golo. Que jornalismo da treta. É caso para dizer que a pandemia do futebol não nos larga, nem
quando o Almeida e o Guerreiro brilham.
Parabéns aos dois ... que bem merecem!!!
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