Passadas 24 horas
sobre a declaração de Donald Trump de que estava infectado por covid-19, o assunto tornou-se tema de
primeira página da imprensa mundial, mas não deixa de ser intrigante o facto
dos jornais de referência americanos não terem divulgado ontem esta notícia,
certamente porque duvidavam dela. Hoje, a questão parece mais clara, até porque
Trump foi hospitalizado e começam a traçar-se cenários para o que possa
acontecer até ao dia das eleições de 3 de Novembro. Joe Biden, o adversário de
Trump fez uma elegante declaração a desejar a recuperação do Donald e da
Melania e a alertar a sociedade americana para os riscos que corre por não
cumprir os preceitos mínimos para evitar o contágio pelo covid-19.
Algumas das
notícias publicadas acentuam o desleixo e a fanfarronice do Donald e recordam
as suas declarações erráticas sobre a crise pandémica. Um desses jornais é o
britânico The Independent que reproduz em primeira página três das suas
mais recentes declarações:
21
Setembro - It affects virtually nobody. It’s an amazing thing.
29
Setembro - I don’t wear a mask like him [Biden]. Every time you see him, he’s
got a mask.
2
Outubro - Tonight… I tested positive for Covid-19
Significa,
portanto, que Donald Trump brincou com o fogo e chamuscou-se. Porém, no aspecto
político e em relaçâo à campanha eleitoral, ainda é cedo para saber como vai
reagir o eleitorado americano, embora estejam preparadas estratégias para que o
Donald tire partido da situação. Uma delas poderá ser a sua recuperação e outra poderá ser o aparecimento de uma milagrosa vacina, que tantas vezes
anunciou para proteger do covid-19. Como alguém já disse, esta situação é apenas mais uma que mostra bem
o declínio da América.
Que se recomponha depressa e completamente mas que perca por uma margem considerável é o que lhe desejo.
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