No passado dia
23, que era terça-feira, o porta-contentores Ever Given que desloca 224.000 toneladas e tem 400 metros de
comprimento e 59 metros de largura, navegava no canal do Suez em viagem do
porto chinês de Yantian para o porto de Roterdão. O navio é operado pela
Evergreen Marine, uma empresa de transportes de Taiwan e arvora bandeira de
conveniência do Panamá, tendo encalhado pela sete horas da manhã num local em
que o canal tem 260 metros de largura e ficou a bloquear o canal do Suez, por
onde passam cerca de cinquenta navios por dia.
O canal do Suez
liga o mar Vermelho ao mar Mediterrâneo, tem uma extensão de 193 quilómetros e foi
inaugurado em 1869. É uma das maiores obras realizadas pelo Homem e,
actualmente, garante cerca de 12% do comércio mundial, incluindo uma boa parte
do movimento mundial do petróleo.
Não foram dadas até
agora quaisquer explicações sobre as causas do acidente, para além de ter
ocorrido um vento anormal com rajadas de 40 nós de velocidade e uma tempestade
de areia que afectaram a navegação do navio, o que é insuficiente. Nem a
Autoridade do Canal de Suez, nem os seus Serviços de Pilotagem, adiantaram explicações
adicionais sobre este acidente. A alternativa ao canal do Suez é a Rota do
Cabo, que tem mais nove mil quilómetros de extensão e consome mais dez dias de
viagem. Os navios bloqueados pelo gigantesco porta-contentores Ever Given começam a atingir muitas
dezenas em ambas as pontas do canal e o impacto na economia mundial deste engarrafamento de efeitos globais ainda é, neste momento, imprevisível, embora já estejam a aparecer algumas consequências no comércio internacional e no preço do petróleo.
Muitos jornais
publicaram fotografias captadas por drones em que se pode observar o
impressionante bloqueio que um navio de 400 metros de comprimento está a
provocar num canal com 260 metros de largura. Porém, a fotografia publicada
pelo Finantial
Times é, talvez, mais sugestiva pela desproporção que mostra entre a
proa do navio que transporta 20 mil contentores e uma máquina escavadora.
Sem comentários:
Enviar um comentário