quarta-feira, 12 de maio de 2021

Ganhou o melhor. Viva o Sporting!

Quando ainda faltam duas jornadas para acabar a edição de 2020-2021 da Primeira Liga ou Liga NOS, organizada pela Liga Portuguesa de Futebol Profissional, a equipa do Sporting Clube de Portugal assegurou a vitória na competição. Depois de 19 anos em os campeões foram o FC Porto (11 vezes) e o SL Benfica (7 vezes), o Sporting foi o campeão. Os sportinguistas esperaram muitos anos por esta vitória e, porque marcaram mais ou sofreram menos golos, foram uns justos vencedores. Os adeptos festejaram e quando se vê tanta gente contente, todos temos que nos regozijar.
Porém, para quem gosta do espectáculo futebolístico e da prestação artística dos jogadores, que o mesmo é dizer, para quem gosta de futebol, a tradicional condição de adepto vai desaparecendo. O adepto é uma coisa do antigamente, do tempo do “amor à camisola” e dos jogadores que eram símbolos dos clubes, bem como do tempo em que as transferências de jogadores eram raras e quase não havia estrangeiros. Modernamente, o futebol tornou-se um negócio de muitos milhões onde convergem demasiados interesses, enquanto o objectivo do espectáculo deixou de ser jogar bem, para passar a ser a procura da vitória a qualquer preço, enganando os árbitros e simulando lesões. As cores das camisolas deixaram de ser um sinal de identidade do grupo e os jogadores tornaram-se mercadorias a quem se pagam fortunas. Os dirigentes vivem em quase concubinato com os políticos, em busca de projecção social, de poder, de dinheiro e de votos. Os antigos adeptos degeneraram e deram lugar às claques, uma tribo de eufóricos ou indisciplinados, que exterioriza tensões de todo o tipo, nem sempre pacíficas. O futebol está assim. São sinais dos tempos. Não demorará que, à semelhança do que já acontece com o ciclismo e até com o basquetebol, acabem os clubes de futebol como os temos conhecido.
Por isso, admiro-me pela forma desproporcionada como toda a imprensa portuguesa destacou este acontecimento futebolístico, apesar de me regozijar pela alegria dos muitos milhares de portugueses que esperaram 19 anos por este sucesso.

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