A fotografia que
ilustra a primeira página da edição de hoje do The Washington Post é a
mesma que foi escolhida por outros grandes jornais internacionais como o The New York Times, o Le Monde, o El País e o The Daily
Telegraph, entre outros, mostrando espessas colunas de fumo resultantes de
um ataque aéreo israelita sobre a área urbana da faixa de Gaza. Essa fotografia
é a imagem de marca da tensão entre israelitas e palestinianos que, nos últimos
dias, recrudesceu com uma intensidade que não acontecia há muitos anos.
O conflito
israelo-palestiniano é muito antigo, mas acentuou-se a partir de 1948 com a
decisão das Nações Unidas de dividir o território da Palestina em dois estados,
um para os judeus e outro para os árabes. Porém, houve logo uma guerra em que
os israelitas derrotaram egípcios, jordanos e sírios, daí resultando a
declaração de independência do estado de Israel. As fronteiras então
reconhecidas internacionalmente não satisfizeram as duas partes e têm provocado
sempre grandes tensões, por vezes muito violentas. De um lado estão os judeus ávidos
de espaço e que têm ocupado alguns territórios palestinianos para estabelecerem
colonatos e zonas de segurança, enquanto os palestinianos acusam os israelitas
de usarem a força e violarem os seus direitos históricos e sociais. Para além
deste conflito territorial à uma brutal rivalidade religiosa.
De vez em quando
a tensão agudiza-se a partir do binómio agitação/violência e assim acontece desde
há várias semanas. Nunca se sabe exactamente como é que as coisas começam mas o
Hamas, que controla a faixa de Gaza, anunciou que “vamos cumprir a nossa
promessa de lançar um ataque massivo de foguetes contra Tel Aviv e arrabaldes,
como resposta ao ataque inimigo contra torres residenciais”. As duas partes já anunciaram
centenas de disparos – o Hamas já terá disparado 400 foguetes contra Israel,
enquanto a aviação israelita anunciou ter atingido 150 alvos em Gaza. A
violência já causou dezenas de mortos e as Nações Unidas, os Estados Unidos e a
União Europeia já instaram as duas partes a interromper esta escalada.
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