sexta-feira, 10 de setembro de 2021

Bolsonaro recua e dá o dito por não dito

Nas recentes celebrações do 199º aniversário da independência do Brasil, pudemos ver e ouvir nas televisões o discurso agressivo e irresponsável de Jair Bolsonaro, em que insultou o Supremo Tribunal Federal (STF) e os seus onze juízes, sobretudo o ministro Alexandre de Moraes, incitando os seus seguidores à desobediência judicial ou mesmo a um levantamento popular. Na rua foi pedida a destituição e a prisão de todos os juízes do STF e até uma intervenção militar que ajudasse a manter Bolsonaro no poder. Foram algumas horas de grande tensão a lembrar as atitudes antidemocráticas e golpistas de Donald Trump, o presidente dos Estados Unidos que incitou os seus fanáticos seguidores a fazer a insólita invasão do Capitólio no dia 6 de Janeiro de 2021. Bolsonaro ensaiou qualquer coisa semelhante, mas não previu que a dignidade ainda é um valor na sociedade brasileira e na sua esfera judicial, apesar de alguns maus exemplos como o do imprudente e ambicioso Sérgio Moro.
Através da televisão, Luiz Fux, o presidente do STF, reagiu com firmeza e sem equívocos às ameaças de Bolsonaro, que terá concluído que perdeu esta batalha e que tinha ido longe demais ao desafiar o STF. Por isso, dois dias depois do seu inflamado discurso, veio fazer uma declaração em que recua, diz respeitar os poderes dos órgãos constitucionais e até elogia o ministro Alexandre de Moraes que antes atacara com extrema violência verbal. Segundo revelam os jornais, por intermediação do ex-presidente Temer, já está acordado um encontro entre Bolsonaro e Alexandre de Moraes para discutir os acontecimentos de 7 de Setembro.
Parece, portanto, que a tensão no Brasil serenou. Ainda bem.

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