Nas recentes
celebrações do 199º aniversário da independência do Brasil, pudemos ver e ouvir
nas televisões o discurso agressivo e irresponsável de Jair Bolsonaro, em que
insultou o Supremo Tribunal Federal (STF) e os seus onze juízes, sobretudo o
ministro Alexandre de Moraes, incitando os seus seguidores à desobediência
judicial ou mesmo a um levantamento popular. Na rua foi pedida a destituição e
a prisão de todos os juízes do STF e até uma intervenção militar que ajudasse a
manter Bolsonaro no poder. Foram algumas horas de grande tensão a lembrar as
atitudes antidemocráticas e golpistas de Donald Trump, o presidente dos Estados
Unidos que incitou os seus fanáticos seguidores a fazer a insólita invasão do
Capitólio no dia 6 de Janeiro de 2021. Bolsonaro ensaiou qualquer coisa
semelhante, mas não previu que a dignidade ainda é um valor na sociedade
brasileira e na sua esfera judicial, apesar de alguns maus exemplos como o do
imprudente e ambicioso Sérgio Moro.
Através da
televisão, Luiz Fux, o presidente do STF, reagiu com firmeza e sem equívocos às
ameaças de Bolsonaro, que terá concluído que perdeu esta batalha e que tinha
ido longe demais ao desafiar o STF. Por isso, dois dias depois do seu inflamado
discurso, veio fazer uma declaração em que recua, diz respeitar os poderes dos órgãos constitucionais e até elogia o ministro Alexandre de Moraes que antes
atacara com extrema violência verbal. Segundo revelam os jornais, por
intermediação do ex-presidente Temer, já está acordado um encontro entre
Bolsonaro e Alexandre de Moraes para discutir os acontecimentos de 7 de
Setembro.
Parece, portanto,
que a tensão no Brasil serenou. Ainda bem.
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