As lastimáveis e muito perigosas declarações de Jair Bolsonaro no dia 7 de Setembro, o Dia da
Independência do Brasil, já o levaram a recuar e a afirmar que foi “o calor do
momento”, mas existe a convicção de que se tratou apenas de uma medida táctica,
ao dar um passo atrás para avançar dois passos logo que seja oportuno. O seu
esquema golpista parece estar em desenvolvimento, sobretudo depois de verificar
que a sua popularidade vem caindo até níveis muito baixos e que são mínimas as
hipóteses de ser reeleito em 2022, até porque o seu nome está associado à
tragédia da pandemia e a situação económica começa a ser crítica, com elevado
desemprego e muita pobreza.
Há um mês,
Bolsonaro utilizou carros blindados para ocupar a Esplanada dos Ministérios em
Brasília, numa iniciativa de mau gosto destinada a assustar, a mostrar força e
a pressionar os deputados para que aprovassem a legislação que lhe convinha.
Foi um ensaio em que instrumentalizou as Forças Armadas para ameaçar a Democracia,
quando o seu papel é exactamente o contrário: defender a Democracia.
Seguiu-se, bem ao
estilo de Donald Trump, o incitamento à revolta popular, em que o Jair foi contrariado
pela firmeza do STF e recuou, mas como escrevia um jornal brasileiro “a
sociedade precisará de acções firmes para barrar o golpe em preparação por
Bolsonaro”, que tem repetidamente procurado subverter e deslegitimar o processo
eleitoral.
A mais recente
edição da revista IstoÉ dá o alarme e escreve:
Basta! É a hora do impeachment. O País precisa de uma
união histórica das forças políticas para garantir a democracia. O presidente
queimou todas as chances de diálogo no Sete de Setembro e deixou claro que
caminha rumo ao golpe.
Este é o retrato que vem sendo traçado
pela imprensa brasileira e, de facto, parece que o Jair escolheu o caminho do
“quanto pior melhor”. Ele saberá bem porquê.
A sua análise é muito lúcida e precisa. É exactamente o que está a acontecer no Brasil, ao que eu acrescentaria o "Holocausto ambiental" que se vive actualmente no país, o desemprego, o aumento de 40% dos preços dos bens de primeira necessidade, a gasolina a R$7,00 quando estava a R2,80 no último dia antes da saída de Dilma Rousseff, e claro, o espectro da fome, com 20% da população brasileira a caír na pobreza extrema.
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